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Ratos Lanosos: avanço na volta dos mamutes ou exagero científico?

Empresa de biotecnologia apresenta roedores geneticamente modificados para suportarem climas extremamente frios

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 mar 2025, 15h02 - Publicado em 5 mar 2025, 15h00

A Colossal Biosciences, empresa de biotecnologia com sede em Dallas, Texas, anunciou um feito notável na área da engenharia genética: a criação de “ratos lanosos”, roedores geneticamente modificados para expressarem características semelhantes às do mamute-lanoso, como adaptações a climas frios. O anúncio gerou entusiasmo e ceticismo na comunidade científica.

Através de uma avançada técnica de edição genética, a equipe da Colossal Biosciences conseguiu modificar simultaneamente sete genes. As alterações resultaram em mudanças notáveis na pelagem dos ratos, incluindo cor, textura e espessura, assemelhando-se às características do mamute-lanoso.

Ben Lamm, cofundador e CEO da Colossal Biosciences, descreveu o rato lanoso como um “momento decisivo” na missão de desextinção da empresa. “Ao projetar diversas características de tolerância ao frio a partir de caminhos evolutivos de mamutes em uma espécie viva, provamos nossa capacidade de recriar combinações genéticas complexas que a natureza levou milhões de anos para desenvolver”, disse ele.

Segundo Lamm, a capacidade de recriar combinações genéticas complexas aproxima a empresa do objetivo de trazer de volta o mamute-lanoso. A empresa explorou um conjunto de dados de 121 genomas de mamutes e elefantes, incluindo genomas de referência de alta qualidade criados pela Colossal para elefantes asiáticos e africanos, para identificar genes significativos que impactam o pelo e outras características de adaptação ao frio.

Ceticismo na comunidade científica

Apesar do otimismo da Colossal Biosciences, alguns especialistas em genética de mamutes e edição do genoma expressaram ceticismo em relação à relevância do feito. “Está muito longe de fazer um mamute ou um ‘rato mamute'”, disse à revista Nature Stephan Riesenberg, engenheiro genético do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, Alemanha. “É apenas um rato que tem alguns genes especiais.”

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As críticas apontam para a distância entre as modificações genéticas realizadas nos ratos e a complexidade necessária para recriar um animal como o mamute-lanoso. A expressão de algumas características isoladas não garante a adaptação completa a um ambiente frio, que envolve uma série de outros fatores genéticos e fisiológicos.

Próximos passos

Apesar das críticas, a Colossal Biosciences defende a importância do rato lanoso como um modelo para estudar adaptações a climas frios em mamíferos e para validar alvos de engenharia genômica. A empresa planeja realizar análises adicionais para aprimorar a compreensão de como múltiplos genes trabalham juntos para manifestar características físicas.

O projeto da Colossal Biosciences levanta questões sobre o futuro da desextinção e da engenharia genética. A empresa se apresenta como parte de um movimento para restaurar a Terra a um estado mais saudável, resolvendo as necessidades biológicas da condição humana por meio de ciência e tecnologia de ponta. Resta saber se os ratos lanosos serão um passo significativo nessa direção ou apenas um pequeno passo em uma jornada complexa e desafiadora.

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