Restos mortais das primeiras estrelas do universo são encontrados
Descoberta ajuda a compreender como era o espaço nos primeiros anos após o Big Bang
Descobrir como era o universo nos seus primeiros milênios de vida é um desafio – e uma das grandes motivações – da astronomia. Um grupo de cientistas da Universidade de Florença, na Itália, acaba de dar mais um passo para a elucidação desse mistério. Os pesquisadores encontraram nuvens de gases que se formaram a partir da explosão das primeiras estrelas, quando o universo tinha apenas cerca de 10% da sua idade atual.
De acordo com o artigo publicado, nesta quarta-feira, 3, no The Astrophysical Journal, as três nuvens de gases estão extremamente distantes, o que significa que sua luz viajou por muito tempo, e portanto, são registros muito antigos do universo. Além disso, elas são ricas em carbono e tem uma quantidade muito baixa de ferro, mais uma evidência de que elas derivam das primeiras estrelas.
Pesquisadores acreditam que as primeiras estrelas formadas eram compostas apenas por hidrogênio e hélio, os elementos químicos mais simples e comuns do universo. Esses corpos, provavelmente dezenas ou centenas de vezes mais massivos que o sol, morreram rapidamente e, a partir da sua explosão, conhecida também como supernova, elementos ligeiramente mais pesados, como o carbono, surgiram. Elementos ainda mais complexos, como os metais, só foram formados mais para frente, no núcleo de estrelas gerações mais velhas e, por isso, eles eram raros nos primeiros anos do universo.
A descoberta dessas nuvens foi feita utilizando dados do Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul, localizado no Chile. O achado só foi possível devido a uma ferramenta chamada X-shooter, que divide a luz em um grande espectro de ondas, o que torna capaz a identificação dos elementos dessas nuvens distantes. Instrumentos ainda mais sofisticados permitirão o estudo mais detalhados desses objetos raras para que, finalmente, seja possível entender como era o Universo logo após o Big Bang.