Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Continua após publicidade

Rio sob calota polar antártica favorece perda da camada de gelo

Estudo mostra que fluxo de água é mais ativo do que se pensava anteriormente, o que pode torná-lo mais suscetível às mudanças climáticas

Por Da Redação 27 out 2022, 18h04
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Antártca
    Expedição para a base brasileira Comandante Ferraz na Antártica. A expedição feita no Navio Polar Almirante Maximiano (Tio Max) teve a saída no dia 06 de janeiro da cidade de Punta Arenas no Chile e sua chegada no dia 11 de janeiro na base brasileira na Antártica (Jonne Roriz/VEJA)

    Um rio de 460 quilômetros sob a calota polar da Antártica pode afetar o fluxo de água e a velocidade do derretimento do gelo em função do aquecimento global. A conclusão faz parte de um estudo assinado por pesquisadores do Imperial College London, da Universidade de Waterloo, no Canadá, da Universiti Malaysia Terengganu e da Newcastle University publicado nesta quinta-feira, 27, na revista Nature Geoscience.

    A região onde este estudo se baseia possui gelo suficiente para elevar o nível do mar globalmente em 4,3 milhões. Quanto desse gelo derrete, e com que rapidez, está ligado ao quão escorregadia é a base do gelo. O sistema fluvial recém-descoberto pode influenciar fortemente esse processo.

    “Quando descobrimos lagos sob o gelo da Antártica há algumas décadas, pensamos que eles estavam isolados uns dos outros”, disse o professor Martin Siegert, do Imperial College London, coautor do estudo. “Agora estamos começando a entender que existem sistemas inteiros lá embaixo, interconectados por vastas redes fluviais, assim como poderiam ser se não houvesse milhares de metros de gelo em cima deles.

    O rio coleta água na base da camada de gelo da Antártica, uma área do tamanho da Alemanha e da França juntas. A descoberta foi feita por meio de uma combinação de pesquisas de radar que permitem aos pesquisadores vislumbrar o que há sob o gelo e criar um modelo da hidrologia do manto. A equipe se concentrou em uma área inacessível e pouco estudada que atinge o Mar de Weddell.

    “A partir de medições de satélite, sabemos quais regiões da Antártica estão perdendo gelo e quanto, mas não sabemos necessariamente o por quê”, diz Christine Dow, da Universidade de Waterloo, líder da pesquisa. “Essa descoberta pode ser um elo perdido em nossos modelos. Poderíamos estar subestimando enormemente a rapidez com que o sistema derreterá ao não levar em conta a influência desses sistemas fluviais.”

    Continua após a publicidade

    O rio recém-descoberto emerge no mar sob uma plataforma de gelo flutuante. A água doce do rio, no entanto, agita a água mais quente em direção ao fundo da plataforma de gelo, derretendo-a por baixo.

    Estudos anteriores analisaram a interação entre as bordas das camadas de gelo e a água do oceano para determinar como é o derretimento. No entanto, a descoberta de um rio que chega a centenas de quilômetros para o interior conduzindo alguns desses processos mostra que não é possível entender completamente o derretimento do gelo sem considerar todo o sistema: manto de gelo, oceano e água doce.

    A existência de grandes rios sob o gelo também precisa ser levada em consideração ao prever as possíveis consequências das mudanças climáticas na região. Se os verões forem quentes o suficiente para causar o derretimento da superfície para que a água atinja a base da camada de gelo, isso pode ter grandes efeitos nos sistemas fluviais, potencialmente levando a Antártida a um estado semelhante à Groenlândia, onde a perda de gelo é muito mais rápida.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.