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Saída dos EUA de Acordo pode elevar temperaturas em 0,3 ºC, diz ONU

Estimativa da Organização Meteorológica Mundial corresponde ao pior cenário. ONU disse que termos do Acordo não podem ser renegociados a pedido de uma nação

Por Da Redação
Atualizado em 2 jun 2017, 17h11 - Publicado em 2 jun 2017, 16h59

A saída dos Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris pode causar uma elevação de 0,3°C nas temperaturas globais até o final do século no pior dos casos, afirmou uma autoridade da Organização Meteorológica Mundial (OMM), nesta sexta-feira.

Deon Terblanche, diretor de Departamento de Pesquisa Atmosférica e Ambiental da OMM, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que o dado é uma estimativa, uma vez que não foi realizado ainda nenhum modelo climático para medir o impacto da decisão do governo dos Estados Unidos, Donald Trump, na quinta-feira.

“Isto é 0,3°C adicional no aquecimento, devido à saída dos EUA”, disse Terblanche, durante a coletiva de imprensa quinzenal do órgão, realizada em Genebra, na Suíça. “Esse é o pior cenário, e provavelmente não é o que irá acontecer.”

O Acordo de Paris, assinado por quase duzentos países em 2015, foi concebido para limitar o aquecimento global a 2 graus ou menos até 2100, principalmente por meio de metas de corte de dióxido de carbono e outras emissões da queima de combustíveis fósseis.

Trump argumentou que o rompimento dos EUA faz sentido do ponto de vista econômico e que terá um impacto mínimo no meio ambiente, mas não negou explicitamente que as emissões de carbono geradas pelas atividades humanas estão causando a mudança climática.

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“Dentro do governo Trump obviamente há membros de destaque do governo que disseram muito abertamente que a mudança climática é real, está acontecendo e é um grande problema que não irá desaparecer se o ignorarmos”, disse a porta-voz da OMM, Clare Nullis. “Temos interações diárias com cientistas dos EUA, trabalhamos muito, muito de perto com eles em todos os níveis. Eles são alguns dos cientistas mais destacados do mundo. Agora, mais do que nunca, é vital que a ciência contribua para a tomada de decisões.”

“Grande decepção”

Após o pronunciamento de Trump, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, descreveu a decisão, por meio de seu porta-voz, como “uma grande decepção para os esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e incentivar a segurança global”.

O presidente americano disse também na quinta-feira que pretendia negociar a reentrada no pacto, mas em termos diferentes, que seriam “justos” para os Estados Unidos.

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Em nota,  a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) afirmou que “o Acordo de Paris é um tratado histórico assinado por 195 nações e ratificado por 146 países e União Europeia. Dessa forma, não pode ser renegociado com base em pedidos de uma única nação.”

(Com Reuters)

 

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