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Opinião política baseada em fatos

Doria derrota Bolsonaro na guerra das vacinas

Por obra do acaso - o erro de dosagem de Oxford - a aposta de Bolsonaro ficou para trás

Por Alberto Carlos Almeida 11 dez 2020, 13h50

Bolsonaro perdeu a guerra das vacinas. As apostas que o governo fez deram todas errado, como se diz, perdeu playboy. O governo apostou na Vacina da AstraZeneca, que a mídia, também simpatizante, chama de “vacina de Oxford”. A Fiocruz fez parceria com a empresa para produzi-la no Brasil.

Tudo indica que a vacina funcionou, mas houve problemas nos testes. Primeiro, uma pessoa sofreu uma reação forte no Reino Unido e ninguém conseguiu explicar de imediato o problema. Em seguida, na fase mais importante de testes, erraram na dosagem e tiveram que recomeçar tudo. Em uma corrida feroz para ver quem chega na frente, com várias ondas de pandemia e mais de um milhão de mortos, dois meses de atraso é uma eternidade.

O Butantã fez parceria nos mesmos moldes feitos pela Fiocruz, mas não com Oxford e sim com a chinesa Sinovac que produziu a Coronavac. A vacina está quase pronta com todos os testes todos realizados, resta apenas a última etapa de autorização oficial pelos órgãos técnicos do Governo da China e em seguida a autorização para uso no Brasil. Todos já sabem que isso ocorrerá, pois não houve problemas nos testes. Foi exatamente por isso que o Instituto Butantã iniciou a produção no Brasil.

Bolsonaro fez o que pode para sabotar a Coronavac. Primeiro, por ser uma vacina chinesa, coisa que ele abomina. Segundo, pela parceria com o Butantã, instituto respeitadíssimo, mas ligado ao governo de São Paulo, leia-se João Doria. O general que está no ministério da Saúde, que não é médico e não entende de logística de saúde, fala uma coisa de manhã e outra à tarde. Ele sabe muito bem que não tem saída, a Coronavac venceu, mas Pazuello tem Bolsonaro vociferando contra em seus ouvidos. Todo militar é especializado em cumprir ordens.

Enquanto isso, o Butantã tem sua fábrica produzindo 1 milhão de doses por dia. Neste ritmo, em um ano é possível vacinar mais de dois terços da população brasileira. Por fim, para coroar a vitória de Doria, Bolsonaro pode ter que liberar recursos do Sistema ùnico de Saúde para integrar a Coronavac no Plano de Imunização por livre e espontânea pressão.

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