Bolsonaro parece estar abraçando o Centrão em seu governo. É preciso ainda aguardar duas ou três semanas para nos certificarmos de que as negociações e distribuições de cargos chegarão a um final feliz. O mesmo Centrão que ora entra no governo pela porta da frente também demanda a prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais por mês.
Os cálculos mais precisos estimar que o auxílio de três meses custará até 2% do PIB ou 140 bilhões de reais. A prorrogação por mais três meses resultará em dobrar estes números. É possível que a despesa final fique um pouco menor em função do esforço que o Governo Bolsonaro vem realizando em restringir o acesso ao auxílio.
A pressão hoje é imensa para que não apenas haja prorrogação, mas para que as regras de acesso sejam flexibilizadas. Atualmente, quem teve o CPF invalidado por não ter comparecido em eleições não pode receber os 600 reais. Os deputados de todas as colorações partidárias já se movimentam para que restrições como esta sejam derrubadas.
A pandemia mudou o mundo em direções nunca imaginadas. Pelo menos por um período não haverá como fugir de um déficit fiscal imenso. É a política que manda, e os políticos são representantes do povo. O eleitorado quer não morrer precocemente por causa de um vírus, e ter os meios financeiros para viabilizar esse objetivo.