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Peso de porta na Romênia era na verdade âmbar avaliado em R$ 5 milhões

Fóssil de resina com até 70 milhões de anos e mais de 3 kg ficou escondido por décadas em uma casa no interior do país

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 mar 2025, 15h30

Por décadas, uma senhora romena usou uma pedra de aparência curiosa como calço de porta em sua casa no vilarejo de Colți, no sudeste do país. O que ela não sabia — e nem os ladrões que certa vez invadiram o local — é que se tratava de uma das maiores peças de âmbar já encontradas no mundo. O bloco, com 3,5 quilos, foi avaliado em cerca de R$ 5 milhões.

A descoberta só veio à tona após a morte da mulher, em 1991. Um parente que herdou a casa desconfiou da aparência da pedra e decidiu investigar. Ao perceber que poderia estar diante de algo valioso, ele vendeu a peça ao Estado romeno, que a enviou para análise no Museu de História de Cracóvia, na Polônia. Lá, especialistas confirmaram que o objeto era âmbar legítimo — um fóssil de resina com idade estimada entre 38 e 70 milhões de anos.

Segundo as autoridades romenas, a peça havia permanecido completamente fora do radar de colecionadores e pesquisadores por décadas, apesar de estar à vista em uma área conhecida pela presença desse tipo de fóssil. Mesmo durante um assalto à casa da idosa, os invasores deixaram o bloco intacto, levando apenas algumas joias sem grande valor.

O bloco de âmbar
O bloco de âmbar (Buzău County Museum/Reprodução)

O que torna esse âmbar tão valioso?

O âmbar é formado pela fossilização de resina exsudada por árvores há milhões de anos, geralmente em resposta a ferimentos no tronco ou nos galhos. Com o tempo, essa substância viscosa endurece, se transforma em fóssil e adquire valor como pedra semipreciosa. No caso da Romênia, o âmbar é conhecido como rumanita, ou âmbar de Buzău, e se destaca por sua ampla variedade de colorações escuras, que vão do vermelho profundo ao preto.

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Além da beleza, essas peças são valorizadas pelo conteúdo paleontológico: muitas preservam no interior microfósseis de insetos, aracnídeos, crustáceos e até fragmentos de penas de aves. Isso as torna fontes valiosas para estudos científicos sobre o ecossistema de milhões de anos atrás. Estima-se que o bloco usado como calço de porta tenha sido formado durante o final do período Cretáceo ou o início do Paleógeno — uma época de grande transformação ambiental no planeta, marcada pela extinção dos dinossauros e surgimento de novos grupos de animais e plantas.

Especialistas ainda analisam a composição interna da peça encontrada para tentar identificar possíveis inclusões fósseis. Se confirmada a presença de microfósseis bem preservados, o valor científico do bloco poderá ser ainda maior do que o estimado.  Desde 2022, o fóssil está em exibição pública e foi oficialmente classificado como tesouro nacional da Romênia.

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