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Augusto Nunes

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Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

‘O país da Felipona’, de Carlos Brickmann

Publicado na coluna de Carlos Brickmann CARLOS BRICKMANN O ex-ministro Delfim Netto, um dos conselheiros econômicos de Lula, costuma dizer que, se o Governo comprar um circo, o anão vai crescer. O economista Milton Friedman tem frase semelhante: se o Governo administrar o Deserto do Saara, em poucos anos vai faltar areia. O ministro dos Esportes […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h30 - Publicado em 13 jul 2014, 01h01

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN

O ex-ministro Delfim Netto, um dos conselheiros econômicos de Lula, costuma dizer que, se o Governo comprar um circo, o anão vai crescer. O economista Milton Friedman tem frase semelhante: se o Governo administrar o Deserto do Saara, em poucos anos vai faltar areia. O ministro dos Esportes de Dilma, Aldo Rebelo, do PCdoB, cuja única ligação prévia com o Esporte era torcer pelo Palmeiras, defende maior intervenção estatal no setor. Sem palpite estatal, o Brasil foi cinco vezes campeão do mundo. Com palpite estatal, perdeu duas Copas em casa, em 1950 e 2014. Mas, quando os fatos vão contra a ideologia vigente, pior para os fatos. O mundo que mude para amoldar-se aos preconceitos.

O Estado já se intrometeu em Copas. Em 1950, não houve governante que não aparecesse na concentração para tirar sua casquinha. Em 1954, um dirigente indicado pelo Governo exigiu dos atletas que vingassem os mortos de Pistóia (se bem que Pistóia fique na Itália, onde brasileiros morreram na luta contra o nazismo e o fascismo; a Copa se realizasse na Suíça; e o principal adversário fosse a Hungria). Em 1970, o presidente Médici exigiu que o centroavante Dario, do Atlético Mineiro, fosse convocado. Foi, mas não jogou. O Brasil ganhou a Copa. Agora, com declarações diárias de Dilma “É Tóis”, a Copa deu no que deu.

Se a sugestão de Médici, que adorava futebol, era ruim, imagine as de Dilma, que disse ter visto jogos no Mineirão antes que o estádio existisse. Até garantiu, em julho de 2013, que seu Governo era “padrão Felipão”.

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Não é que tinha razão?

Tempo, tempo, tempo
Proposta de um cartão de crédito, pouco antes do jogo contra a Alemanha: troque mil pontos por um Fuleco de 30 cm. Enorme! Ainda bem que é macio.

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E a vida continua
A Câmara Federal funcionou devagarzinho durante a Copa. Mas Suas Excelências sabem o que não pode parar. Neste período, a Câmara alugou três carros topo de linha, com motorista: um por três dias, de 8 a 10 de julho; dois por quatro dias, de 7 a 10 de julho. Custo: R$ 3.500,00. Não é muito; mas para quê?

É de cinco!
O levantamento é de Alan Alex, do Painel Político: Rondônia pode ter cinco ex-presidentes da Assembléia presos por corrupção, no mesmo período. Aliás, quatro, porque um está foragido. Os atingidos são Marcos Donadon (PMDB), Valter Araújo (PTB), Carlão de Oliveira (PSL – ainda recorre), Kaká Mendonça (PTB – aguarda a ordem de prisão) e Natanael Silva, o foragido, do PP.

Os bons que se vão
Plínio de Arruda Sampaio morreu de câncer aos 84 anos. Radicalíssimo, ligado à esquerda católica, mas sempre bem humorado, foi fundador do PT, do qual saiu para fundar o PSOL. Esteve no poder sem por a mão no Tesouro; esteve na oposição, sem bravatas ou acusações gratuitas. Seus projetos sempre foram de boa qualidade. E, com quase 60 anos de política, mereceu o respeito de aliados e adversários.

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Plínio nasceu na política no Partido Democrata Cristão paulista, com o governador Carvalho Pinto. Foi o coordenador do primeiro plano de Governo do país, o ótimo PAG. Fez o projeto de reforma agrária para o Governo Goulart. Em 64, foi cassado e viveu exilado no Chile e nos Estados Unidos, aproveitando para estudar. Nunca pediu votos dizendo-se vítima da repressão; justo ele que foi. Há poucos como Plínio.

E são estes que estão nos deixando.

Geleia goiana
Ronaldo Caiado, DEM, um dos mais duros adversários de Lula, apoia em Goiás o candidato do PMDB, Íris Rezende — que está com Lula e Dilma. E que já recebeu todas as críticas possíveis de Caiado, que o chamava de “mercador de ilusões”. Marconi Perillo, PSDB, candidato à reeleição, foi aliado de Caiado, hoje adversário. Íris, que foi senador, prefeito de Goiânia, duas vezes governador de Goiás, ministro de Sarney e Fernando Henrique, usa o slogan “ética e renovação”.

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Em resumo, está tudo como era, só que mais ou menos ao contrário.

Sai ou não sai?
O ministro Joaquim Barbosa anunciou sua aposentadoria para o fim de junho. Mas pediu adiamento por alguns dias e aproveitou para tirar férias, que terminam em 31 de julho. Barbosa não quer sair sem antes garantir a colocação de seus assessores de confiança em outros gabinetes. Só que não há vagas: cada ministro tem seus assessores de confiança. Agora, Barbosa decidiu assistir ao final da Copa ao lado de Dilma.

E a aposentadoria? É esperar: quem sabe o dia de amanhã?

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Faça suas apostas
O Ministério Público de São Paulo entrou com ação de cobrança das multas impostas pela Justiça ao Sindicato dos Metroviários, mais prejuízos causados à população durante a recente greve, no valor total de R$ 354 milhões. Haverá também processo de cobrança contra o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus, também envolvendo multa e prejuízos, de R$ 131,7 milhões. Os prejuízos foram calculados tendo como base 1/30 do salário mínimo por passageiro que ficou sem transporte.

Será um processo interessante: até hoje, quantas dessas multas aplicadas a sindicatos foram efetivamente cobradas?

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