‘Pense e aja, esta é a hora’, por Carlos Brickmann
PUBLICADO NA COLUNA DE CARLOS BRICKMANN CARLOS BRICKMANN Como é mesmo? Vai anular o voto, não vai votar em ninguém. “Eu é que não vou participar disso aí”? Pois é: não esqueça que os mal-intencionados vão votar, vão tentar convencer outros a escolher candidatos ruins. Mas este é o trabalho deles. Como disse Martin Luther […]
PUBLICADO NA COLUNA DE CARLOS BRICKMANN
CARLOS BRICKMANN
Como é mesmo? Vai anular o voto, não vai votar em ninguém. “Eu é que não vou participar disso aí”? Pois é: não esqueça que os mal-intencionados vão votar, vão tentar convencer outros a escolher candidatos ruins. Mas este é o trabalho deles. Como disse Martin Luther King, um dos homens mais notáveis deste último século, líder da luta pelos direitos civis iguais para todos os cidadãos, “o que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons”.
O caro leitor pode optar pela omissão. Mas não pode, depois, reclamar da roubalheira, da ineficiência, dos maus serviços. Também não pode se queixar de que os fichas-sujas se elegeram. A hora é agora: vote em quem defende suas ideias e tem competência para executá-las, vote contra quem considere ineficiente, vote contra os que, em sua opinião, pretendem usar o cargo que disputam para enriquecer. Como num casamento, manifeste-se agora, ou cale-se depois.
Uma bobagem que vira e mexe é dita como se fosse verdade é que o povo é apático, não se manifesta nas ruas contra medidas que lhe são prejudiciais. Neste momento, a oportunidade existe: não há confronto com policiais ou manifestantes adversários, não há bombas de gás lacrimogêneo, não há balas de borracha. Há um cidadão e uma urna, prontinha para receber sua opinião.
Lembre que quem suja as ruas é o mesmo que promete, se chegar ao poder, limpá-las. Lembre que quem compra votos tem de pegar dinheiro em algum lugar para pagá-los.
Nada substitui o voto livre do cidadão. Escolha cuidadosamente, e aja.
Oposição na cadeia
Nada é mais impressionante que o troar do silêncio, que os protestos que não ocorrem. Castristas e chavistas emudeceram: a blogueira cubana Yoanni Sanchez foi detida em Baryamo, Cuba, ao lado do marido Reynaldo Escobar, por ter ido até lá para assistir ao julgamento de Ángel Carromero, oficialmente acusado por um acidente de automóvel em que morreram dois outros oposicionistas. E por que Yoanni Sánchez foi presa? Supunha-se, segundo um blogueiro que no Brasil se intitularia “independente”, que a moça tentaria uma provocação e um show midiático “que prejudicariam o bom desenvolvimento do julgamento”.