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A boca à espera de um dentista abre a cantilena dos derrotados

Raul foi eleito presidente de Cuba pelo irmão Fidel, que reinou durante 50 anos sem que os nascidos na ilha depois de janeiro de 1959 aprendessem a distinguir uma urna de um criado-mudo. No último verão, dispensado da prova eleitoral, o caçula dos Castro fez bonito no exame de readmissão improvisado pela Organização dos Estados […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 16h21 - Publicado em 25 nov 2009, 16h02

Raul foi eleito presidente de Cuba pelo irmão Fidel, que reinou durante 50 anos sem que os nascidos na ilha depois de janeiro de 1959 aprendessem a distinguir uma urna de um criado-mudo. No último verão, dispensado da prova eleitoral, o caçula dos Castro fez bonito no exame de readmissão improvisado pela Organização dos Estados Americanos.

Muito justo, festejou o governo Lula. E a chamada “cláusula democrática” da OEA?, intrigaram-se os coerentes. Qual é o problema?, desdenhou o inevitável Marco Aurélio Garcia. Entre outros ensinamentos, o Alto Conselheiro para Complicações Cucarachas fez Lula aprender que, se um companheiro estiver no comando, uma ditadura é democracia. E os irmãos cubanos são flores do mesmo buquê.

Neste domingo, terminada a campanha que começou bem antes da deposição de Manuel Zelaya e não foi interrompida pela crise política, o povo hondurenho colocará um ponto final no drama que se arrasta há quatro meses. Em eleições cuja lisura terá o testemunho de observadores estrangeiros, será escolhido nas urnas, pelo voto direto, o novo presidente da pequena república da América Central.

O favorito entre seis concorrentes é um adversário do governo interino. Há candidatos para todos os gostos. Devotos e simpatizantes de Zelaya, por exemplo, são representados por Cesar Ham, da Unificação Democrática, que apoiou o presidente antes do despejo e continua ao lado do gerente-geral da pensão instalada na antiga embaixada brasileira. É um dos dois partidos que não desistiram da batalha perdida. O outro é o PT.

O vencedor da disputa, portanto, terá superado com brilho a prova eleitoral e atendido amplamente à cláusula democrática da OEA. Certo? Errado, reiterou a figura que reagiu com o mais obsceno toptoptop ao noticiário sobre o acidente com o avião da TAM em Congonhas. Seja qual for o escolhido, ordenou Lula, não merece a amizade do Brasil ─ nem deve receber de volta a carteirinha de sócio do clube continental. Se um companheiro não estiver no comando, uma democracia é ditadura.

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“Eleições feitas por golpistas não têm sentido”, avisou a boca à espera de um dentista. Nenhum governo golpista jamais promoveu eleições exemplarmente democráticas, mas Garcia não é homem de render-se a fatos. Em nome do Planalto, exige que o presidente dos Estados Unidos  esteja a bordo do barco no momento do naufrágio. “Estamos decepcionados com Barack Obama”, anda rosnando o conselheiro, inconformado com o prévio reconhecimento pela Casa Branca do resultado da eleição.

O que ainda espera Garcia para vingar-se espetacularmente, com um só lance, de um instável ianque e do bando de totalitários cucarachas? Como descobriu o colega americano, Lula é o cara, certo? O cara resolveu que quem tem de mandar em Honduras é Zelaya, certo? Pois basta que Lula, como acaba de fazer no Uruguai, ordene aos eleitores que escolham o aliado de Zelaya. O triunfo de Cesar Ham comprovará que o governo brasileiro esteve sempre certo. Essa é a jogada que Garcia deve sugerir ao chefe.  

O resto é conversa de quem perdeu o juízo, o rumo, a compostura, a decência e a eleição.

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