A devolução da presidência do Senado ─ por exigência do Supremo ou pelo encerramento da gestão limitada a dois anos ─ será apenas a primeira das duras perdas reservadas a Renan Calheiros. Daqui a algum tempo, ele terá perdido também a liderança da bancada do cangaço, o mandato de senador, a imunidade parlamentar, o foro privilegiado e a liberdade.
Em pânico com a aproximação da Lava Jato, já há algum tempo Renan perdeu o juízo. Só alguém com a cabeça avariada tentaria aprovar em regime de urgência o projeto pró-corrupção parido pela Câmara dos Deputados. Ao transformar o senador alagoano num alvo urgentíssimo, as manifestações deste 4 de dezembro precipitaram o começo da queda.
Renan aprenderá que não há esperança de salvação para um condenado à morte política pelo tribunal das ruas. Será este o destino de Jorge Viana caso o substituto reprise as afrontas à vontade popular protagonizadas pelo titular despejado. Ou Viana pensa mais no Brasil e menos no seu PT, e rejeita o projeto anticorrupção com que todo corrupto sonha, ou não completará o mandato-tampão.
Delinquentes fantasiados de pais da pátria se recusam a entender que, ao revogar a impunidade dos poderosos patifes, a Lava Jato mudou o país. Vai-se enfim descobrindo que o Brasil será o que os brasileiros quiserem.
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