Um dia depois de começar a perder o mandato, Dilma Rousseff sofreu uma perda afetiva especialmente dolorosa: a Lava Jato prendeu o ex-senador Gim Argello. É provável que a presidente fique um bom tempo fisicamente distante do meliante engaiolado nesta terça-feira, depois de pescado no pântano do Petrolão pela Polícia Federal, e transferido para a República de Curitiba.
Os investigadores da maior roubalheira da história descobriram que, quando ainda estava no Congresso, Argello foi recompensado com gordas propinas por livrar empreiteiros de depoimentos numa CPMI da Petrobras. Para limpar o dinheiro sujo, o ex-senador envolveu no esquema uma paróquia da Igreja Católica. Mas o pecador juramentado garante que nada fez de errado. É perseguição política.
Ao fracassar na tentativa de renovar o mandato no Senado, Argello foi excluído da turma com direito ao foro privilegiado ─ e à brandura dos juízes do Supremo. Mas permaneceu intocado o status de amigo íntimo e conselheiro de Dilma, que até tentou nomeá-lo ministro do Tribunal de Contas da União. O bandido de estimação só não chegou lá porque os integrantes da instituição entenderam que safadeza tem limite e vetaram a indicação presidencial.
Dilma chefia um governo infestado de prontuários. As relações especialíssimas que mantém com figuras como Erenice Guerra e Gim Argello informam que todos os melhores amigos da presidente são casos de polícia. Mas a pior governante de todos os tempos capricha na pose de aluna modelo do colégio de freiras. E continua jurando que tem muito apreço pela honestidade.
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