Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Arnaldo Jabor: A besta do apocalipse

Trump também serviu para alertar que a democracia na América tem de ser aperfeiçoada com instrumentos de controle mínimo que impeçam malucos de tomar o poder

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h32 - Publicado em 18 out 2016, 22h47

Publicado no Estadão

Quando aquela outra besta, o Bush, foi reeleito, o jornal inglês The Guardian publicou a manchete: “Como podem 60 milhões de pessoas ser tão estúpidas?”.

Eu já morei nos Estados Unidos, na Flórida, e conheço bem essa estupidez. É diferente da estupidez brasileira, pois não é fruto de analfabetismo ou de cultura zero. Lá, a boçalidade tem mais chão, é mais sólida e forma uma rede ideológica que prospera na classe média do país todo. Lá, a boçalidade tem fundamentos. São monoglotas que nada sabem do mundo exterior. Se consideram uma nação excepcional que tem de repelir diferenças – o que mais odeiam: os negros, os gays, os latinos, os muçulmanos têm de ser banidos.

E, com o mundo cada vez mais global e intrincado, os estúpidos tendem para o isolacionismo mental, para certezas totalitárias, com ódio da política e dessa democracia “chata” que iguala as pessoas.

Hoje, a política virou um parafuso espanado que não gira mais a vida social. Ao contrário, vemos que justamente o desprezo às práticas políticas liberais levam ao pódio da demagogia os líderes mais radicais. O irracionalismo surge como uma forma rápida de resolver tensões e crises. Chega de “razão”, chega de “sensatez”.

Continua após a publicidade

Os americanos médios são muito caretas; não são retrógrados por causa da ignorância e da miséria, como entre nós. Aqui, não há “direita”, mas sim o atraso feudal dos donos do poder patrimonialista. Lá, eles são reacionários mesmo, uma direita assumida ativa, seguindo a religiosidade fundamentalista, com um Deus rancoroso, proibitivo.

Trump é a súmula de todos esses horrores. Temos no mundo hoje uma manada de psicopatas dirigindo a História. É espantoso ver um outro porco, o Kim da Coreia, brincando de mísseis atômicos, vemos o Assad arrasando o próprio país, temos Maduro, Duarte (o mais recente carniceiro) e tantos outros. E temos o supremo perigo: o Putin, psicopata da KGB já ameaçando o mundo com seus mísseis.

E, nos Estados Unidos, temos esse fenômeno impressionante do Trump. É repulsivo ver aquele dedinho autoritário levantado, um pênis pequenino ali na sua mão, seu queixo fascista (por que fascistas usam tanto o queixo duro, de Mussolini até Chávez ?) babando sobre mentiras que os idiotas engolem.

Continua após a publicidade

Não importa o conteúdo das plataformas; só valem as palavras grandiosas, as promessas impossíveis e um cultivo da paranoia. Creio mesmo que eles gostam do mais escroto e ridículo, como se a grossura fosse uma espécie de coragem. É a rebelião dos imbecis…

Uma das causas disso tudo é o que já chamam de “info-entertainment”, isto é, uma mistura cada vez mais forte entre informações e entretenimento, mistura que impede clareza entre mentira e verdade, ficção e realidade (aliás, o que era mesmo a realidade?), que nos faz espectadores de um grande parque de diversões trágico, que assistimos até com deliciado horror.

“Ahh…quantos mortos em Alepo hoje? Aumentou? Ihhh…Angelina Jolie tirou os seios e o Boko Haram raptou 300 meninas e ohhh…o Estado Islâmico decapitou mais vinte…Mas, ôba…foi genial o show da Beyoncé e o terremoto arrasou o Haiti, olha só: o Trump arrasta mulheres pela xota e o Putin nos ameaça com força nuclear, a Petrobrás foi destruída, mas o novo smartphone faz até sexo oral”.

Continua após a publicidade

Além disso, as notícias todas juntas na velocidade da luz desenham um caos que nos alimenta de terror. A pior hipótese, o pior cenário seria um mundo com dois lideres psicóticos: Putin e Trump. Ou seja, como disse a Hillary: “eu sou a última barreira entre nós e o apocalipse” – e, incrivelmente, ela está certa.

Acho que ele não será eleito, a menos que haja um fenômeno catastrófico como o de 9/11. Por outro lado, ouso dizer que Trump foi muito bom para a democracia americana. Por quê? Porque ele é a caricatura extrema do Partido Republicano, inclusive de outros canalhas que pensam como ele, mas são mais discretos como o Ted Cruz ou aquele “gusano” Marco Rubio.

Trump também serviu para alertar que a democracia na América tem de ser aperfeiçoada com instrumentos de controle mínimo que impeçam malucos de tomar o poder. Trump também é um alerta para que vejam que a desinformação política americana é muito maior do que se pensava. Delicio-me vendo as caras, as fuças boçais típicas dos eleitores republicanos. Em seus rostos, há o nada.

Continua após a publicidade

Também adoro ver as mulheres deles, todas iguais: cabelos louros de chapinha, sorriso parado na boca, gostosas louras-burras. Toda perua é republicana.

Trump terá a serventia também de desqualificar a maioria republicana no Senado e, também se Deus quiser, Hillary terá o controle da casa, depois de oito anos de sabotagens pavorosas contra o Obama. E, quando isso tudo acabar, haverá uma enxurrada de análises sobre essa mente doentia. Será um avanço para a psiquiatria.

Isso é uma tendência mundial. Até aqui, não tivemos nosso trumpzinho proletário e sua filhota destruindo o Brasil? E, agora no Rio, não vão eleger o Crivella, aquele zumbi plastificado do Edir Macedo, trazendo de volta seu irmão Garotinho?

Onde estão as celebridades críticas e artistas empenhados que não fazem um imenso trabalho na mídia para impedir isso? O Rio vai ser destruído. Façam como nos Estados Unidos, como Madonna, De Niro, Meryl Streep, em campanha contra a grande besta. Carioca é muito politizado nos bares – mas, depois, não adianta chorar pelo chopinho derramado.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.