Na entrevista a Mônica Bergamo na Folha – a “querida” e a “minha filha” da vez – Dilma exibe a língua solta. Afiada, nunca. Fiada, sim. Muita vulgaridade e calão inferior. Ladrões são todos os outros – inclusive ministros mantidos e nomeados por ela. Como tudo o que diz, o (des)pensamento de Dilma é permeado por sua ignorância sesquipedal sobre tudo, até sobre as engrenagens do governo que ela comandou por cinco anos e pouco.
Ao falar de Temer, insinua que tê-lo-ia (apud Temer) demitido se descobrisse algum malfeito dele: “Porque se eu soubesse, ele não demorava nem dois minutos para sair”. Da sala dela, talvez. Da vice-presidência, claro que não. O vice não é demissível ad nutum. Dilma nunca soube disso.
Mas a melhor passagem dessa conversa tosca na Folha de S. Paulo desta terça-feira é uma confissão de sua profunda humanidade – ela que só era temida e acatada pelos auxiliares por seus incorrigíveis maus modos, disfarçadores de uma profunda incompetência:
“No fim do dia, eu já estava saindo do aeroporto, atrasada, mas queria ir ao banheiro. Fui para o {toalete de} uma sala reservada e fiz o que tinha que fazer”.
Taí: nesse ponto é preciso concordar com Dilma.