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Imagens em movimento: O minuto que mudou a história de um país

SYLVIO DO AMARAL ROCHA Se ainda vivesse, o personagem interpretado por Antonio Fagundes em Barbosa, curta-metragem de Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado, estaria completando 75 anos. O filme (de 1988) conta a história do homem que cria uma máquina do tempo para alterar o desfecho da partida de futebol que mudou o país: a […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h43 - Publicado em 7 jun 2014, 11h18

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SYLVIO DO AMARAL ROCHA

Se ainda vivesse, o personagem interpretado por Antonio Fagundes em Barbosa, curta-metragem de Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado, estaria completando 75 anos. O filme (de 1988) conta a história do homem que cria uma máquina do tempo para alterar o desfecho da partida de futebol que mudou o país: a final da Copa do Mundo de 1950, disputada no Maracanã por Brasil e Uruguai. Os duzentos mil espectadores que lotavam o estádio se calaram quando Ghiggia virou o placar com o segundo gol e colocou a taça Jules Rimet em mãos uruguaias.

O personagem de Fagundes tinha 11 anos quando assistiu ao jogo ao lado do pai. “Lembrava do cheiro daquele momento”, recorda. “Do cheiro do terno de linho e loção de barba. Os únicos abraços que lembrava ter recebido de meu pai”. A derrota, que acabou não só com sua infância, mas com sua fé, fez com que passasse a vida imaginando como mudar aquele momento. Até programar a máquina do tempo e voltar ao dia do jogo. Queria esbofetear Ghiggia.

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O filme mistura ficção e documentário, com depoimentos curtos do goleiro Moacyr Barbosa, condenado a carregar nos ombros a culpa pela derrota devastadora. “Eu já pensei naquela bola milhão de vezes”, lamenta o goleiro estigmatizado como “o homem que fez o Brasil chorar”. A morte em abril de 2000 sonegou a Barbosa a chance de ver a Copa que começa na próxima quarta-feira.

Um dos mágicos encantos do cinema é manter o passado vivo, trazendo-o para ao presente – assim como a máquina do tempo do filme. Quem assiste a Barbosa não resiste à tentação de torcer para que ele consiga mudar o resultado do jogo. Os retoques na realidade promovidos pelo filme aliviam ao menos parcialmente o peso aflitivo imposto ao goleiro até o fim da vida.

Enquanto a Copa de 2014 avança, recue em direção ao século passado. Veja no filme como a história de um país pode ser modificada no espaço de um minuto.

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