Há uma semana, Lula convocou os companheiros prefeitos das maiores cidades paulistas para baixar a ordem: todos deveriam entrar imediatamente em ação para tirar Alexandre Padilha do buraco em que agoniza desde a primeira pesquisa sobre a sucessão estadual. A missão de resgate, decidiu o chefe supremo, seria liderada por Fernando Haddad. “Você precisa mostrar as coisas boas que está fazendo”, ouviu o poste que virou prefeito, com cara de quem não sabe direito o que fez de bom.
O resultado da mobilização da tropa, divulgado pelo Datafolha nesta quinta-feira, ensina que o ex-presidente deveria ter combinado com os eleitores paulistas. O poste que o palanque ambulante queria instalar no Palácio dos Bandeirantes não saiu do lugar: apenas oscilou de miseráveis 3% para esquálidos 4%, dentro da margem de erro. Paulo Skaf, do PMDB, caiu de 21% para 16% e Geraldo Alckmin subiu de 47% para 54%. O governador tucano nunca esteve tão próximo de uma reeleição sem sobressaltos.
Se Lula tiver ideias semelhantes com mais frequência, se seguir escolhendo cabos eleitorais com tamanha astúcia, Alckmin nem precisará fazer campanha.