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No vídeo antológico, Lula ensina que não se pode culpar quem divulga um escândalo: a culpa é dos envolvidos no fato escandaloso

Atualizado às 19h07 “O rapaz foi preso e eu não tô vendo nenhum protesto contra liberdade de expressão, não tem nada contra a liberdade de expressão de um rapaz que estava colocando a nu”, enrola-se Lula no começo do palavrório. Ele fora convidado para estrelar a festa de aniversário do PAC. Mas resolveu comemorar o […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h13 - Publicado em 18 mar 2016, 20h07
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    Atualizado às 19h07

    “O rapaz foi preso e eu não tô vendo nenhum protesto contra liberdade de expressão, não tem nada contra a liberdade de expressão de um rapaz que estava colocando a nu”, enrola-se Lula no começo do palavrório. Ele fora convidado para estrelar a festa de aniversário do PAC. Mas resolveu comemorar o barulho provocado pelo escândalo Wikileaks . “O rapaz”, cujo nome o orador desconhece, é Julian Assange, responsável pela divulgação de documentos secretos.

    A publicação da papelada, que logo alcançaria governos de outros países, começou por informações e análises que deixaram a Casa Branca mal no retrato. Feliz com o embaraço dos imperialistas ianques, o palanque ambulante baixa instruções para a afilhada: “A Dilma tem que saber e falar pro seu ministro, se não tiver o que escrever, não escreva bobagem, passa em branco a mensagem”.

    Animado com os aplausos, pisa no acelerador mas colide com a própria ignorância seis palavras além: “E aí aparece o tal do… “ Olha para trás em busca de ajuda.  Vozes se atropelam para socorrer o falastrão atolado nas reticências. E enfim descobre o que procurava: “Wikileak”, recita, sem perder a chance de guilhotinar mais um S. “E prenderam o rapaz e eu não ouvi um ato de protesto”.

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    “Se ele leu, é porque alguém escreveu”, segue em frente a animador de comício. “O culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, ao invés de culpar quem divulgou, culpem quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que tem”.

    Troque “bobagem” por “conspiração criminosa”, “tramóia contra o Estado Democrático de Direito”, “coisa de bandido”, algo assim ─ e o vídeo se transforma numa manifestação de apoio ao fim do sigilo das conversas grampeadas pela Polícia Federal.

    Graças à divulgação do falatório grampeado, o Brasil pôde ver de perto o modus operandi, a alma safada, o vocabulário repulsivo, a cabeça deformada e o caráter obsceno dos quadrilheiros envolvidos no maior esquema corrupto de todos os tempos.

    Como ensinou o Mestre a seus discípulos, quem divulgou o escândalo não tem culpa alguma a expiar. Os culpados são Lula e seus comparsas.

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