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O que espera a oposição para fazer com Dilma o que fez Mário Covas com Maluf?

Surpreendido pela mudança de tom no discurso de Mário Covas, que decidira transformar o segundo turno da eleição de 1998 numa disputa essencialmente política, Paulo Maluf tentou retomar a ofensiva durante o debate na TV Globo. “É uma falácia, é uma mentira, não é verdade que se gerou emprego neste Estado”, endureceu na réplica a […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 14h26 - Publicado em 25 ago 2010, 21h44

Surpreendido pela mudança de tom no discurso de Mário Covas, que decidira transformar o segundo turno da eleição de 1998 numa disputa essencialmente política, Paulo Maluf tentou retomar a ofensiva durante o debate na TV Globo. “É uma falácia, é uma mentira, não é verdade que se gerou emprego neste Estado”, endureceu na réplica a uma resposta do governador de São Paulo que tentava a reeleição. Covas precisou de meio minuto para devolver o adversário às cordas. “Se há alguém aqui que pode ser qualificado de mentiroso, não sou eu”, começou a tréplica que, em seguida, estimulou o eleitorado a comparar o histórico e o caráter dos participantes do duelo.

O jornalista Carlos Nascimento avisou que era hora de Covas formular uma pergunta quando  Maluf estava ainda grogue. Primeiro, o candidato do PSDB informou que não fora fácil encontrar o programa de governo do oponente do PDS. Feita a ressalva, contou que não conseguira entender o significado de um dos itens incluídos na parte que tratava da política cultural. E pediu a Maluf que traduzisse em língua de gente o seguinte palavrório:  “Adoção de uma vertente social em complemento às vertentes patrimonialistas e de fomento dominantes”.

O velho alquimista fugiu da resposta, contornou o tema, viajou por paragens distantes, garantiu que ninguém na história de São Paulo fizera tanto pela cultura e repetiu que Covas mentia. Irritantemente sereno, Covas ponderou que Maluf poderia acusá-lo do que quisesse, desde que desvendasse o enigma. Releu em voz alta o item indecifrável e insistiu na resposta. Maluf acabou na lona.

Por que José Serra não faz com Dilma Rousseff o que fez Covas com Maluf? A sucessora que Lula inventou, como sabem até os móveis da Casa Civil, não tem compromisso com a verdade. Pilhada em flagrante ao encomendar um dossiê contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, transformou a fábrica de papelórios malandros em “banco de dados”. Pilhada em flagrante intercedendo por José Sarney na Receita Federal, ainda faz de conta que não conversou com Lina Vieira. Depois de inventar um diploma de doutorado, anuncia de meia em meia hora uma obra fantasma do PAC. O que espera Serra para reprisar a pancada desferida por Covas?

E o que espera a oposição para exigir de Dilma a imediata tradução dos palavrórios que vem despejando há muitos meses? Ao prometer “a ampliação do mercado de trabalho com o uso de tecnologia moderna”, por exemplo, assim resumiu a fórmula do milagre:  “Vamos ter uma política de conteúdo nacional que vai depender da nossa capacidade de internalizar e transformar essa demanda em empregos brasileiros e tecnologia nacional”. Por que está animada com o pré-sal?, perguntou-lhe um jornalista. Resposta:  “A grande questão do pré-sal é o fato de que são recursos que nós sabemos onde estão. São de alta qualidade”.

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Qual será, enfim, a marca principal de um possível governo Dilma Rousseff?, quis saber outro repórter. Dilma devolveu de bate-pronto: “Nós trocamos o pneu do carro com ele andando. Eu não vou precisar de trocar o pneu do carro com ele andando. Se eu elencar uma porção de ‘se’ para você, poderia ser feito mais no governo Lula: ‘se’ a gente tivesse encontrado um projeto, nós não encontramos; ‘se’ o Brasil tivesse uma experiência de crescimento, não tinha; Então, tem uma quantidade de ‘se’ que não vale a pena a gente tratar”.

O que Dilma quis dizer com isso? Por que Serra não exige que traduza o que nem ela entende? É o que deve fazer qualquer candidato disposto a ganhar, mais que um debate, a eleição presidencial.

httpv://www.youtube.com/watch?v=MATYBq3vV6Y

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