O resultado da eleição suplementar no Tocantins terá sido uma perturbadora antecipação do que acontecerá em outubro se os candidatos não tornarem menos bisonho o discurso de campanha. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral, exatamente 306.811 eleitores (mais de 30% do total do eleitorado) nem saíram de casa para escolher o novo governador.
Entre os que compareceram às seções eleitorais, 121.877 (mais de 17% do total) anularam o voto. Outros 14.460 votaram em branco. Tudo somado, o vitorioso foi o Ninguém, aprovado por quase metade do eleitorado do Tocantins. No mundo inteiro, partidos e candidatos procuram eleitores. Nestes trêfegos trópicos, milhões de eleitores estão à procura de partidos e candidatos que os representem.
Se a paisagem formada pelos concorrentes não melhorar nos próximos quatro meses, todos os participantes da corrida eleitoral, inclusive os eleitos, serão derrotados pela frustração, pelo asco ou pelo desencanto da imensidão de eleitores que vivem buscando inutilmente porta-vozes genuínos. Quase sempre acabam topando com algum integrante do imenso bloco que junta vigaristas, demagogos, oportunistas e ladrões, fora o resto.