Publicado no Blog do Noblat
O que será mais patético? Um candidato a prefeito à caça de uma mulher para ser vice em sua chapa, pretendendo com isso livrar-se da pecha de espancador de mulher?
Ou uma mulher que aceita o convite dele e que em seguida afirma com a maior desfaçatez que a violência doméstica é uma “discussão menor” para o movimento feminista?
O deputado Pedro Paulo, candidato do PMDB a prefeito do Rio, tanto se esforçou que conseguiu uma mulher para chamar de vice – a deputada estadual pelo PDT Cidinha Campos.
E ela, que antes recusara o convite, sem constrangimento algum disse um monte de sandices na primeira entrevista que deu já na condição de vice.
No país onde nos 10 primeiros meses do ano passado, segundo dados do governo federal, do total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher, 31.432 corresponderam a denúncias de violência física (49,82%), Cidinha afirmou:
– Eu sou contra a violência doméstica, mas quando é com pessoas desvalidas, que não têm como se socorrer, que não têm como se amparar.
No país que está em sétimo lugar no ranking dos países com o maior número de assassinato de mulheres, Cidinha afirmou também:
– Quando você se separa, o pau come, a vingança é o caminho mais curto.
Pedro Paulo separou-se da ex-mulher Alexandra Marcondes depois de espancá-la com murros e chutes que a deixaram cheia de hematomas e com um dente quebrado.
A queixa foi registrada em delegacia, e há um laudo oficial que comprova o espancamento. Pressionada, Alexandra está disposta a dizer que foi uma briga boba e que ela também o arranhou.
O candidato tem o laudo de outro perito, que nunca examinou Alexandra, mas que contesta o primeiro laudo. E, de quebra, uma vice à vontade no papel que concordou em desempenhar.
– Ela (Alexandra) está bem, está feliz, ela está muito mais rica do que quando estava com ele. O marido dela parece que é muito mais rico do que o Pedro Paulo – comentou Cidinha.
A vice adiantou o que Alexandra dirá em breve, possivelmente em um programa de propaganda eleitoral de Pedro Paulo no rádio e na televisão:
– O que é importante saber é que a mulher disse que não apanhou, ele disse que não bateu, e ele está sendo crucificado. (…) Ela vai dizer que o laudo não é verdade, vai dizer: eu me bati nesse lugar.