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Bahia

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ACM Neto terá de quebrar tabu de trinta anos para fazer sucessor

A última vez que um prefeito de Salvador conseguiu emplacar o seu candidato foi em 1988

Por Rodrigo Daniel Silva
Atualizado em 23 abr 2019, 16h27 - Publicado em 23 abr 2019, 09h43

Perto de encerrar o mandato de prefeito de Salvador, ACM Neto tem preparado o vice-prefeito Bruno Reis (DEM) para ser o seu candidato à sucessão em 2020. No entanto, o presidente nacional do DEM terá que quebrar um tabu que se arrasta por mais de trinta anos na capital baiana. Desde 1988 um gestor soteropolitano não elege o seu sucessor na cidade.

Naquela ocasião, o então prefeito Mário Kertész (MDB) apoiou o radialista Fernando José, que administraria Salvador até 1992. Com um governo mal avaliado, Fernando José lançaria a sua secretária municipal de Ação Social, a hoje deputada estadual pelo PT Maria Del Carmen, como candidata ao Palácio Thomé de Souza. Entretanto, não teria sucesso.

“O governo estava muito mal naquela ocasião. Eu fui indicada pelos movimentos sociais que apoiavam o governo. E apoiavam porque eu era a secretária de Ação Social. Aceitei (o convite para ser postulante) por causa das nossas lideranças. A gente sabia que era uma eleição para marcar presença”, disse a parlamentar.

O pleito se encerraria com a vitória da atualmente deputada federal Lídice da Mata (PSB). Na época no PSDB, ela apoiaria Domingos Leonelli na sucessão em 1996 e também não teria êxito na missão. O ex-senador e ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (PFL) elegeria o seu candidato Antônio Imbassahy.

“O ano de 1996 foi muito difícil para o nosso grupo, pois, eu estava saindo do mandato diante de muita perseguição do grupo político que governava o estado. Naquele período, o então senador Antônio Carlos Magalhães colocou seus veículos de comunicação em campanha contra a administração municipal. Além disso, os recursos eram centralizados no estado, o que fazia com que a prefeitura sofresse constantes retaliações”, argumentou Lídice.

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Imbassahy teria uma sina semelhante à dos antecessores. Apesar de conquistar a reeleição, que antes dele era proibida, o ex-deputado também não conseguiu emplacar o sucessor. Com o desgaste do carlismo (grupo liderado por ACM), que comandava a Bahia desde o início da década de 90, o candidato governista César Borges perderia a eleição para João Henrique (PDT) em 2004. A gestão mal avaliada fez com que João Henrique nem sequer tivesse candidato em 2012. Os postulantes não quiseram o apoio do então prefeito na campanha, que se encerrou com a vitória de ACM Neto.

Por meio da assessoria de imprensa, o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, admitiu a VEJA que é candidato natural à sucessão em 2020. “Na condição de vice-prefeito, é natural que eu possa disputar a eleição para avançar mais com uma gestão que vem dando resultados expressivos e hoje orgulha não só a Bahia, mas é um exemplo para o Brasil”, declarou. Bruno Reis afirmou, ainda, ter “convicção” de que o prefeito fará seu sucessor. “Acredito e vou lutar muito para que Salvador não dê um passo atrás”, acrescentou.

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