Dos cinco partidos que integram o chamado Centrão, dois deles estão divididos na Bahia entre apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ou a de Fernando Haddad (PT), virtual substituto de Luiz Inácio Lula da Silva num eventual impedimento do ex-presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O PRB e o Solidariedade, que compõem a base do prefeito e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, estão decididos a marchar com Alckmin. No entanto, o PP e o PR, que apoiam o governador Rui Costa (PT), estão indecisos diante da incerteza da candidatura de Lula. Em conversas reservadas, lideranças das legendas ainda consideram Haddad azarão e preferem aguardar para decidir em quem apostar.
“O PR da Bahia tem liberdade de escolha aqui para ficar com Haddad ou com Alckmin, mas a tendência é apoiar o candidato do governador Rui Costa. Estamos conversando e vamos esperar os resultados”, afirmou o presidente do PR no estado, o deputado federal José Carlos Araújo.
Presidente do PP na Bahia e vice-governador, João Leão pediu uma reunião com o mandatário nacional do partido, Ciro Nogueira, para que a sigla no Nordeste chegue a uma definição.
Candidato à reeleição ao Senado pelo Piauí, Nogueira apoia o petista Wellington Dias para governador em seu estado. Na última sexta, ele participou de um ato de campanha ao lado de Haddad e já reafirmou seu apoio a Lula.
“O que posso dizer é que, enquanto houver a possibilidade de Lula ser candidato, João Leão vai apoiar Lula. Se Lula não for candidato, a gente vai sentar com todos os companheiros do PP do Nordeste para decidir”, afirmou, em entrevista a VEJA.
Para o ex-governador da Bahia e candidato ao Senado, Jaques Wagner (PT), Alckmin tem um aliança com o Centrão nacional, mas o apoio não se reflete nos estados do Nordeste. Sem o aval dessas agremiações na região, o petista acredita que o ex-governador de São Paulo corre o risco de ficar fora do segundo turno das eleições.
Nesta terça-feira, 21, Haddad desembarca em Salvador e terá uma reunião com os presidentes dos partidos da base do governador, entre eles, o PP e o PR. No encontro, há expectativa de que um possível apoio ao ex-prefeito de São Paulo seja discutido.