Nem azul nem vermelho, verde. Antes de sabermos quem será o presidente americano pelos próximos quatro anos, já conhecemos o veredito dos eleitores de cinco estados para o avanço das políticas acerca da Cannabis: um eloquente “sim”. Cidadãos de Nova Jersey, Mississippi, Dakota do Sul, Arizona e Montana aprovaram as medidas estaduais que estabelecem novas regras para o uso medicinal e adulto da erva, cada um com suas particularidades, conforme explicado neste post.
O resultado mais aguardado e que deve gerar maior repercussão se deu em Nova Jersey, onde a Public Question 1 – que legaliza o cultivo, o consumo e o comércio da cannabis para adultos maiores de 21 anos – saiu vencedora com 67% de apoio nas urnas. De acordo com projeções do Marijuana Business Daily, site especializado em notícias do setor, as vendas da erva e seus derivados no estado devem alcançar a marca de 1 bilhão de dólares em 2024. A decisão local deve acelerar também o trâmite de iniciativas pró-legalização nos vizinhos Nova York e Pennsylvania que não vão querer ver seus moradores viajando para NJ para comprar Cannabis, principalmente porque isso significa uma perda tributária relevante. Além dos argumentos sanitários e sociais em defesa da erva, o dinheiro vai acabar falando mais alto.
No Mississippi, onde duas propostas similares estavam em jogo, a mais liberalizante delas (iniciativa 65) foi aprovada com 74% dos votos, garantindo o início de um amplo programa de cannabis medicinal para pacientes de diferentes enfermidades. A Dakota do Sul foi ainda mais inovadora e tornou-se o primeiro estado dos EUA a aprovar, ao mesmo tempo, o uso medicinal e o uso adulto da erva, com 69% e 53% de apoio, respectivamente. Em Montana, o uso recreativo por adultos também passou, com 60% de aprovação. Por fim, os eleitores do Arizona, que haviam rejeitado proposta similar nas eleições de 2016, garantiram, com 60% de votos “sim”, a legalização da Cannabis no Estado.
Com os resultados de 2020, temos agora quinze estados americanos onde a erva é legal para uso adulto. No plano federal, o assunto não deve ganhar impulso, a não ser que o mais recente sucesso eleitoral repercuta no Congresso e os parlamentares decidam acelerar as discussões para a revisão do status da cannabis no país. De Trump ou Biden, pelo menos por enquanto, não se esperam iniciativas nesse sentido. Seguimos acompanhando.
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