Pense numa cidade grande. Se não pensou em Tóquio, melhor pensar de novo. Além de ser a maior metrópole do mundo hoje, com 37,8 milhões de habitantes, a capital japonesa continuará sendo a maior de todas até pelo menos 2030. A previsão é da ONU, que ontem divulgou novo relatório sobre o aumento da população urbana do planeta. Apesar das restrições geográficas, que acabam servindo de barreira ao crescimento de Tóquio, a cidade pode se dar ao luxo até de perder alguns milhares de moradores sem sair do topo da lista.
Segundo o estudo, a proporção de pessoas no mundo vivendo em cidades, que hoje é de uma em cada duas, passará a ser de duas em cada três em 2030. Isso significa que até lá as áreas urbanas ganharão 2,5 bilhões de novos moradores, que irão se somar aos 3,9 bilhões atuais. A migração será mais intensa na Índia, na China na Nigéria — a cidade nigeriana de Lagos, por exemplo, entrará em nono lugar na lista das dez mais populosas. Karachi, no Paquistão, e Dhaka, em Bangladesh, também estrearão na listagem. Isso porque, de acordo com a ONU, 90% da população rural existente está justamente na Ásia e na África, o que os torna os continentes com maior potencial de expansão urbana. São também os continentes com menor população vivendo em cidades, respectivamente 48% e 40%.
Com a mudança do mapa, São Paulo, hoje a sexta maior do planeta e a única megalópole brasileira, deixará o ranking, acompanhada por Osaka e Nova York, atuais sétimo e nono lugares. A Cidade do México não cairá por pouco, já que deve despencar da quarta para a décima posição. Embora continuem a ganhar habitantes, o ritmo de crescimento dessas metrópoles será ultrapassado pelo ritmo frenético da expansão africana e asiática. Nova Delhi, por exemplo, incorporará até 2030 nada menos que 11 milhões de pessoas, o equivalente à população paulistana (infográfico via Quartz). Nas próximas décadas, os parâmetros do que é uma cidade grande mudarão para todos nós.
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