Ramon Vilalta, Carme Pigem e Rafael Aranda, que juntos formam o escritório espanhol de arquitetura RCR Arquitectes, se tornaram hoje o primeiro trio a vencer o Prêmio Pritzker, equivalente ao Nobel da Arquitetura. O prêmio é normalmente concedido a uma única figura pelo conjunto da obra. Em atividade desde 1988, o RCR está baseado em Olot, na Catalunha, e é o segundo nome espanhol a levar o Pritzker. O primeiro foi Rafael Moneo, em 1996.
Os três arquitetos têm a carreira marcada pela capacidade de criar sem perder a própria identidade, combinando inovação e tradição. Ao longo de seus trabalhos, eles vêm respondendo como é possível viver em um mundo globalizado sem que isso signifique perder a identidade, os valores e a cultura locais. “O RCR nos ajuda a ver, de uma forma bela e poética, que a resposta à questão não é ou uma coisa ou outra, mas que podemos, pelo menos na arquitetura, aspirar a ambos: nossas raízes firmemente fincadas em um lugar e nossos braços estendidos para o resto do mundo. E essa é uma resposta maravilhosamente reconfortante, especialmente se ela se aplica também em outras áreas da vida humana moderna”, escreveu Jessica Mairs, editora de arquitetura do site especializado Dezeen.
Nos últimos anos, o júri do Prêmio Pritzker buscou prestigiar arquitetos que apresentavam forte preocupação social, caso do chileno Alejandro Aravena, vencedor do ano passado, ou dojaponês Shigeru Ban, premiado em 2014. Neste ano, outras características se sobressaíam para que o RCR fosse prestigiado. Além da resposta à globalização, o trio também se destaca pelas boas soluções para espaços públicos e por um enfoque mais abrangente da arquitetura, como uma ferramenta capaz de conferir significado aos espaços criados.