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“Sou candidato a bom prefeito”, diz Doria em evento imobiliário

Ao encerrar discurso, porém, ele pediu união em torno da bandeira verde e amarela

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h58 - Publicado em 4 abr 2017, 12h42
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  • Em evento do mercado imobiliário realizado na manhã de hoje em São Paulo, o prefeito João Doria negou que pense em se candidatar ao governo do estado ou à presidência da República e afirmou ser candidato apenas “a ser um bom prefeito”. A fala ocorreu durante o Summit Imobiliário, principal evento do setor realizado pelo Secovi e Estadão e que reuniu empresários e também o governador Geraldo Alckmin.

    Embora negue qualquer pretensão de concorrer ao Planalto, Doria encerrou sua fala conclamando o país a “se unir em torno da bandeira verde e amarela”. Disse ele: “O Brasil não precisa de heróis salvadores, mas do povo unido para ser transformador, mobilizador, e para que o país se una em torno da bandeira verde e amarela”. Ao encerrar, foi aplaudido de pé pela plateia de cerca de trezentas pessoas.

    O prefeito discursou por cerca de quinze minutos quase de improviso, segurando um pequeno papel com anotações em uma mão e um microfone sem fio na outra. Ao contrário dos que falaram antes dele, como o próprio governador Alckmin e o presidente do Secovi Flavio Amary, Doria não quis usar o púlpito nem o teleprompter instalados no palco. Preferiu movimentar-se livremente de um lado a outro pontuando sua fala com nomes de pessoas presentes na plateia, entre vereadores, secretários municipais e estaduais e empresários.

    Prestes a completar cem dias de governo, Doria fez questão de destacar seu estilo de trabalho, reafirmando a imagem do “João trabalhador” usada na campanha eleitoral. Disse dormir de três a quatro horas por noite e encarar sábados e domingos como dias de expediente normal. Reafirmou não ser político, e sim gestor, mas fez questão de agradeceu ao governador e padrinho Geraldo Alckmin por ter lhe permitido participar das prévias internas do PSDB para lançar candidatura à prefeitura. A fala de Doria ocorreu quando o governador já havia deixado o evento.

    O entusiasmo do discurso foi embalado pelo bom humor do mercado imobiliário, que ensaia retomada após uma sequência de anos em estagnação. O presidente do Secovi Flavio Amary destacou o setor imobiliário como saída para reduzir o índice de desemprego, que em março bateu recorde histórico de 13,5 milhões de pessoas sem trabalho.

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    Geraldo Alckmin

    Em busca de se posicionar como pré-candidato ao Planalto e de estancar a onda João Doria, o governador Geraldo Alckmin optou por uma fala assertiva e repleta de críticas ao governo federal e à classe política durante a abertura do Summit Imobiliário.

    Ele disse ver o país em recuperação econômica, mas deixou claro discordar de posições adotadas pelo presidente Michel Temer, como na reforma da previdência. Para o governador, a reforma precisa incluir tanto os servidores do setor público quanto do privado, “sem dividir os trabalhadores em duas classes”.

    Alckmin criticou também a multiplicação de partidos e a força do corporativismo no resultado das eleições. “Imagine votar para deputado em 645 municípios do Estado, é evidente que só vai se eleger quem tiver uma grande corporação por trás”, disse. “Nós vivemos o ápice do corporativismo em detrimento do bem comum e do interesse coletivo da população”, afirmou.

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    Sem citar nomes, Alckim se opôs ao surgimento de siglas “criadas até mesmo por quem já criou outras siglas”, em uma referência ao Muda Brasil (MB), legenda ligada ao Partido da República (PR) e que busca registro no TSE. Além do MB, o Partido da Igualdade (ID) passa por processo semelhante. Se aprovadas, as novas legendas terão direito ao Fundo Partidário.

     

     

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