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Clarissa Oliveira

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As joias da Arábia e a tese bolsonarista de que ninguém sabia de nada

Linha de defesa é um prato cheio para agentes que começam a colher depoimentos sobre as joias multimilionárias dadas a Bolsonaro

Por Clarissa Oliveira Atualizado em 14 mar 2023, 08h13 - Publicado em 14 mar 2023, 07h59

Jair Bolsonaro e seus aliados acertaram uma linha de defesa no caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente e à ex-primeira-dama Michelle. A versão mais difundida na roda bolsonarista até o momento é a de que pacotes com presentes avaliados em dezenas de milhões de Reais foram entregues sem qualquer cerimônia por autoridades sauditas a auxiliares do então presidente. Uma das caixas foi retida na alfândega por puro acaso. E, no fim do dia, ninguém tinha ideia do que estava no pacote.

+Leia também: Bolsonaro escolheu seu culpado no caso das joias da Arábia

A tese é que nada passou de uma confusão provocada por um singelo um gesto diplomático. Um presente cujo valor extrapola qualquer limite da razoabilidade e que, por fruto de puro acaso, teria terminado na mochila de um assessor. Isso tudo aconteceu porque ninguém sabia de nada. O ex-ministro Bento Albuquerque, seu assessor Marcos Soeiro, Jair Bolsonaro, Michelle e ajudantes de ordem.

É um prato cheio para os agentes da Polícia Federal que serão responsáveis por colher os depoimentos de Albuquerque e Soeiro, nesta terça-feira. E, quem sabe, mais adiante também o de Bolsonaro, que afirmou estar disposto a prestar esclarecimentos às autoridades brasileiras. Pergunta sem resposta clara é o que não falta.

Houve mais presentes além daqueles de que se tem conhecimento até agora? Há outros presentes em posse de Bolsonaro e sua família? Por que a Arábia Saudita daria um presente de dezenas de milhões de reais a um chefe de Estado sem que ele sequer estivesse presente? Se ninguém sabia o que estava no pacote, como houve um pressuposto de que a destinatária seria a primeira-dama?

Se a comitiva conhecia os trâmites legais para presentes diplomáticos – afinal outros itens foram declarados corretamente no passado –, porque não os seguiu nesse caso? Por que os procedimentos não foram cumpridos nem mesmo após a apreensão? Se o plano era declarar os itens como patrimônio do Estado, por que isso não foi feito por meio de ofício à Receita para que as joias fossem liberadas? Ou, se o plano era incorporá-las ao acervo pessoal -, por que não foram tomadas providências para o recolhimento de impostos?

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São só alguns exemplos. E já fica bem difícil amarrar uma história convicente com as informações que se tem até o momento. Ainda assim, segundo relatos veiculados até agora na imprensa, Bento Albuquerque não parece disposto a trazer muitos fatos novos ao depoimento. Se vier alguma grande revelação, provavelmente não terá sido planejada.

O que se ouve é que ele insistirá na versão de que ele e sua comitiva não sabiam do conteúdo da caixa apreendida no aeroporto. E que não teriam tentado interferir na ação dos agentes da Receita responsáveis pela apreensão. Afinal, ninguém sabia de nada.

+Leia mais: O que Lula diz sobre as joias da Arábia dadas a Bolsonaro

 

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