Jair Bolsonaro demorou, mas desenhou sua defesa no caso das joias multimilionárias que teriam sido presenteadas pelo governo da Arábia Saudita. A tese é que tudo correu dentro da lei. O ex-presidente teria recebido os singelos presentes contidos em um dos pacotes, encaminhado os mesmos ao departamento da Presidência responsável pelo acervo presidencial, que então decidiu acomodá-los no acervo pessoal.
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Todo o episódio, na versão de Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle e de seus advogados, não passa de mais uma tentativa de seus adversários de associá-lo à corrupção. Ontem, o ex-presidente conversou com o repórter Leandro Magalhães, da CNN. Ele admitiu que recebeu o estojo contendo joias masculinas. Tudo dentro da lei, ressaltou.
Bolsonaro também pediu ao advogado e fiel escudeiro Frederick Wassef que divulgasse uma nota oficial sobre o caso. O que foi apresentado é que tudo não passa de uma manipulação de informações para prejudicar o ex-presidente. “Estão tirando certas informações de contexto gerando mal-entendido e confusão para o público”, escreveu Wassef.
Fica mais que claro em todo o relato que o ex-presidente escolheu seu culpado: o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. Afinal, era ele, em última instância, quem comandava a equipe que, segundo a tropa bolsonarista, tinha conhecimento do que teria ocorrido com o estojo contendo joias presenteadas a Michelle Bolsonaro avaliadas em 16,5 milhões de reais, retido no aeroporto.
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