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A arte do impossível

Os limites estão sempre mais adiante quando nos desafiamos

Por Lucília Diniz
Atualizado em 9 Maio 2024, 15h10 - Publicado em 3 Maio 2024, 15h22
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  • Toda família tem sempre suas frases de preferência, aquelas que podem servir como conselheiras nas horas de decisão ou de aflição. Ao longo da minha infância e juventude, uma das mais frequentes que ouvi foi “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. É um dizer de autoria disputada. Para os americanos, quem a cunhou foi Mark Twain. Para os franceses, Jean Cocteau. Se ela pode ser de qualquer lugar e de qualquer um, é porque, creio eu, encerra, em sua singeleza, uma verdade universal.

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    Para alguns, pode soar como um elogio da ingenuidade. Eu prefiro vê-la como uma crítica à noção de impossibilidade. Sim, eu sei que certas coisas são mesmo impossíveis. Um círculo nunca será quadrado, por mais força que se faça. Mas, no campo das ações, quase sempre os limites são uma questão passageira.

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    Desde antes de Cristo, os antigos haviam deduzido que a Terra era redonda. Mas só no século 16 de nossa era, nas grandes navegações, que se provou, na prática, que o planeta é de fato um globo. E a ciência e a tecnologia nos dão muitos outros exemplos de que o impossível é uma crença a ser desafiada todos os dias.

    Existe uma outra formulação famosa para a questão: “Você precisa fazer aquilo que pensa que não é capaz de fazer”. Diferentemente do ditado corrente entre minha família, essas palavras têm origem conhecida. Foi a primeira-dama americana Eleanor Roosevelt, conhecida pelo estilo pragmático, quem as disse. Ela falava com conhecimento de causa. Seu marido, Franklin Delano Roosevelt, foi o presidente responsável por reerguer os Estados Unidos após a Grande Depressão, com a política do New Deal, e teve na esposa uma grande apoiadora.

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    Essa ideia, contudo, não vale apenas para os grandes lances da história. Ela faz sentido também no plano individual. Por que cercear nossas ambições e desistir antes de tentar alcançá-las? Afinal, o mundo é pródigo em nos impor limites. Não precisamos contribuir colocando nossas próprias barreiras mentais, com isso frustrando-nos antecipadamente. Como diz outro refrão popular do qual gosto particularmente, “o não você já tem”.

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    Ir atrás do “sim” não significa, é claro, se jogar de forma impensada, mas saber perceber a oportunidade de agir. Não existe regra ou receita mágica para reconhecê-la. É preciso estar atento para notar a chegada da circunstância ideal.

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    Ela chega de maneira individual, mesmo se em alguns casos possa levar muitos anos – como aconteceu comigo mesma que só diante do passar do tempo e do acúmulo de desapontamentos, reuni a coragem e a força de vontade para ir além e desafiar as aparentes impossibilidades impostas pelo meu corpo.

    A frase do começo deste texto não era só um bordão nos nossos encontros familiares. Ela de fato se tornou um lema. Antes de guiar minhas conquistas pessoais, ela foi o espírito que animou as ambições mais nobres do meu pai.

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    Muitos imigrantes, como ele, vieram de além-mar com a mala cheia de sonhos. Nem todos conseguiram realizá-los. Talvez a diferença entre uns e outros resida, justamente, em aprender a cultivar a arte do impossível.

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