Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Coluna da Lucilia

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um espaço para discutir bem estar, alimentação saudável e inovação

Comida azul

Para Davos, há nos oceanos um futuro para a alimentação

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h52 - Publicado em 27 Maio 2022, 06h00

Estive no Fórum Mundial de Davos acompanhando meu marido e me detive num tema: blue food para um futuro sustentável. Sim, logo associamos a cor a blueberries e antioxidantes. Mas hoje comida azul diz respeito aos alimentos oriundos de mares, rios e lagos. Peixes, sim, mas não apenas. Há ainda os crustáceos, as plantas, as algas.

Em plena Suíça, meu pensamento me levou para uma viagem que fiz a Mônaco, onde notei que servir salmão nos restaurantes era restrito. Longe de um porto seguro em cardápios internacionais, quis saber o motivo. O maître me informou ser por ordem do príncipe Albert, em apoio a uma campanha contra a pesca predatória. A partir daí o assunto me intrigou.

Até então, frutos do mar eram, como sugere a expressão, alimentos prontos para ser colhidos e consumidos esporadicamente, com parcimônia. Mas ter a consciência de que peixes, crustáceos, moluscos e algas podem ser um caminho para alimentar o mundo, isso muda tudo.

Mesmo estando cercados por oceanos, pouco sabemos do que acontece na água. Tanto que a maior parte da alimentação, em quase todas as culturas, é baseada em alimentos terrestres.

“Temos de evitar a contaminação dos mares e garantir a sustentação do ecossistema”

Continua após a publicidade

A força do agronegócio em nossa economia é evidente. Porém problemas de abastecimento provocados pela guerra entre os maiores produtores de grãos do planeta são questões prementes. O fato é que a terra não tem elasticidade. Precisamos resolver a equação que se apresenta na disputa entre os biomas nativos. O problema é potencializado pela população que não para de crescer.

No evento na Suíça, o diretor do Centro para Soluções dos Oceanos da Universidade Stanford, Jim Leape, apontou para uma solução ao sugerir a integração da comida azul no sistema alimentar global.

Muita gente come peixe regularmente, claro. Segundo Jim, bilhões de pessoas contam com essa fonte de proteína. Entretanto, o que ele aponta é como sua participação na mesa em todo o planeta pode ser mais relevante. E isso deve mudar a maneira como vemos toda essa categoria.

Continua após a publicidade

Há pontos positivos na blue food. O primeiro é a diversidade. Se em terra temos poucas espécies com que contar, nos ambientes marinhos estão 2 500 espécies. O segundo é sua natureza incrivelmente nutritiva. A comida azul oferece alta densidade de macronutrientes saudáveis.

Há ainda o aspecto social. Mesmo que se considerem a pesca extensiva e a aquacultura, mais de 90% do mercado é abastecido por inúmeros pequenos produtores e comunidades, que podem oferecer empregos onde são mais necessários.

Identificar a importância da comida azul é o primeiro passo para viabilizá-la em escala. Para tanto, temos de evitar a contaminação dos mares e garantir a sustentação do ecossistema. Está provado que ampliando as áreas de proteção marinha teremos mais peixes à disposição. Parece contraditório, mas é apenas lógico: protegidos, os peixes se reproduzem mais e aumentam a oferta a médio prazo, o que seria uma versão atualizada do milagre da multiplicação dos peixes.

Continua após a publicidade

Em se tratando de blue foods, o azul é verde.

Publicado em VEJA de 1 de junho de 2022, edição nº 2791

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.