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O cirurgião bariátrico e pesquisador na área de obesidade Cid Pitombo reflete, em seus textos, sobre alimentação, movimento, ganho... e perda de peso

Exterminador do Futuro: teria o filme virado profecia?

O descuido com o corpo e o planeta nos transforma, aos poucos, em vilões da própria distopia

Por Cid Pitombo
Atualizado em 29 abr 2025, 17h19 - Publicado em 29 abr 2025, 14h00

Uma das sagas de maior sucesso do cinema, estrelada pelo ator Arnold Schwarzenegger, O Exterminador do Futuro conta a história de máquinas de aspecto humano desenvolvidas por Inteligência Artificial que dominam e tentam destruir um mundo distópico. Essa história foi para as telas há mais de 40 anos, mas, hoje, com personagens diferentes, parece que estamos vivendo o mesmo enredo.

A começar pelo protagonista, o maior símbolo do fisiculturismo da década de 1970. Na época, pouco se conhecia sobre os efeitos negativos dos hormônios anabolizantes para o corpo. Só o que sabíamos era o que se via externamente: músculos inimagináveis e forças descomunais. A imagem desses corpos difundiu e criou uma legião de seguidores e, com eles, uma rica opção de negócios para empresas e laboratórios que parecem trabalhar para Cyberdyne Sytems, empresa que na ficção controla as máquinas que tentam exterminar a raça humana. O futuro de muitos que abusam da química inadequada em busca de um corpo perfeito será devastador – como no filme, esses cyborg serão destruídos, mas, nesse caso, pelas doenças cardiovasculares, neurológicas, ortopédicas ou pelos cânceres. Não serão dizimados por lasers, mas por “bombas”.

É engraçado imaginar que, na película, uma mulher do passado tem um filho e o cria para que, no futuro, seu pai — que ainda não sabe da paternidade — volte no tempo, conheça sua mãe e, a partir daí, possa gerá-lo. A criança será o grande opositor das máquinas e sabe como ninguém o que acontecerá no futuro, afinal, seu pai veio de lá. 

O presente ainda não permite tais viagens, mas não é preciso um mensageiro do futuro para saber o que nos aguarda lá na frente se continuarmos descuidando tanto do nosso corpo quanto do planeta. E há urgência. Diferentemente do líder da resistência do filme, pouco estamos fazendo para as próximas gerações. Degradamos intensamente o meio ambiente e usamos os recursos naturais de forma predatória apesar de conhecermos as consequências: a previsão, vale lembrar, é de que em 2050, dois terços dos habitantes não terão água potável para beber.

E mais: desperdício de alimentos, desigualdade na distribuição, mudanças climáticas e aumento populacional nos levarão a incertezas até sobre como iremos nos alimentar, pois não haverá fontes adequadas de proteínas para todos.

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Nossa máquina, o corpo humano, há muito é tratada negligentemente. Não estudamos e não pensamos, só copiamos o que dizem e portanto, nossos “softwares” não se atualizam nem se desenvolvem. Não nos alimentamos de forma adequada, com isso faltam “óleo, lubrificantes e baterias” para que tudo funcione bem. Não nos exercitamos, deixando nossas “engrenagens” travadas e pesadas. Na concepção criada para o cinema, a Skynet não comete esses erros:  cria robôs muito bem cuidados, o que justifica que seja chamada de inteligência, mesmo que artificial. 

A evolução nos fez máquinas perfeitas e o passar dos anos tornou o cérebro o nosso maior trunfo contra um futuro obscuro. Infelizmente, a maior parte do planeta não está usando esse poderoso aliado que demorou tanto tempo para ser organizado – afinal, ainda temos a nossa inteligência, a verdadeira e natural.

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A artificial não existe de fato – somos nós que a alimentamos. Nossas mentes, nossas ideias, somos nós que criamos e controlamos tudo. Às vezes, parece que os seres humanos estão se tornando a própria Skynet. E, se continuarmos assim, nem precisaremos de exterminadores.

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