Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

É Tudo História

Por Amanda Capuano Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O que é fato e ficção em filmes e séries baseados em casos reais

Chaves x Quico: Entenda a briga recontada pela série ‘Chespirito’

Ao longo de décadas, Carlos Villagrán nutriu rivalidade pessoal e jurídica com Roberto Gómez Bolaños, criador do humorístico infantojuvenil

Por Thiago Gelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jun 2025, 13h09

Dentre as histórias de bastidores mais infames do legado de Chaves, a mais popular é a rivalidade entre Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán, que viviam na ficção os meninos Chaves e Quico, respectivamente. No humorístico infantojuvenil, o primeiro era o garoto pobre que vivia em um barril e sonhava com mortadela, enquanto o segundo era mimado pela mãe e sempre agraciado com presentes e quitutes que esbanjava na cara do menos afortunado. Por conta disso, o par nutria uma dinâmica repleta de provocações e atritos não tão distante da realidade dos bastidores, que levou ambos até mesmo a conflitos na Justiça. Agora, o caso é recontado na série biográfica Chespirito: Sem Querer Querendo, da HBO Max. Relembre:

Triângulo amoroso

Um dos motivos mais comumente apontados para a rixa é o suposto triângulo amoroso entre Bolaños, Villagrán e Florinda Meza, que interpretava a Dona Florinda e ficou com o intérprete de Chaves de 1977 até o fim da vida do humorista, em 2014. Segundo Villagrán, a atriz o abordou com cantadas insistentes no início do seriado. A intensidade seria tanta que o ator teria pedido ajuda a Bolaños para rejeitá-la. Meza, entretanto, se recusa a responder perguntas sobre o assunto, tendo dito em 2023 que contemplá-las seria promover a imagem “de alguém que não vale um centavo”. Em 2015, o próprio Villagrán negou que o suposto envolvimento teria distanciado ele de Bolaños: “Foi uma coisa passageira, que não fez mal a ninguém e que não vale a pena sequer falar disso”, frisou à revista Basta.

MENINO POPULAR - Pablo Cruz, ao centro, como Chaves: personagem alcançou 300 milhões de pessoas no mundo
SÉRIE CHESPIRITO - Pablo Cruz, ao centro, interpreta Roberto Bolaños, o criador do Chaves (./Divulgação)

A saída conturbada

Em 1979, sete anos após a concepção do personagem Chaves e sua turma, Villagrán decidiu abandonar o programa. Inicialmente, sua justificativa foi o desejo de tocar carreira solo como Quico, mas, anos depois, o ator mudou a versão e disse ter sido alvo da inveja de Bolaños, que teria diminuído o espaço para o personagem até arrancá-lo do programa. Já Bolaños afirmou que a decisão de partir foi unilateral e autônoma, alegação apoiada por outros colegas do elenco.

Após a saída, o intérprete de Quico planejava estrelar uma nova série do personagem no canal Televisa, mas se recusou a incluir o nome de Bolaños nos créditos como criador da figura. Por conta do impasse de direitos autorais, o pai de Chaves não permitiu que o projeto continuasse. Villagrán o processou, mas rapidamente perdeu o caso. Em tentativa de intervir, o presidente da emissora, Emilio Azcárraga Milmo, propôs que o bochechudo ganhasse um próprio programa, desde que Bolaños o supervisionasse, o que foi novamente rejeitado. Farto, Milmo baniu Villagrán de múltiplos canais e o proibiu de realizar shows como Quico no México e em outros países da América Latina. A brecha esperada surgiu em 1980, quando a emissora venezuelana independente Rádio Caracas Televisión lhe ofereceu um programa próprio mediante uma pequena alteração de grafia. Assim nasceu Kiko Botones — o mesmo garoto, agora com K. Villagrán permaneceu no país até 1987.

Continua após a publicidade
Carlos Villagrán faz apresentação de despedida do personagem 'Kiko', em São Paulo
Carlos Villagrán fez apresentação de despedida do personagem ‘Kiko’, em São Paulo, em 2016 – (Felipe Cotrim/VEJA)

Após anos de afastamento, Villagrán participou de uma homenagem a Bolaños na Televisa, mas a cordialidade não durou. Dias depois, o ator voltou a criticar o colega na mídia e cimentou o fim da relação. Eles nunca mais se falaram. Em 2013, quando o criador de Chaves enfrentava problemas de saúde, seu rival disse que Deus estava castigando o rival por sua ganância. No ano seguinte, quando Bolaños morreu, Villagrán lamentou não ter feito pazes em vida.

Como a série Chespirito retrata a rivalidade entre Chaves e Quico

Com episódios novos às quintas-feiras, o seriado biográfico Chespirito, da HBO Max, trocou o nome de Villagrán pelo pseudônimo Marcos Barragán, a fim de evitar problemas legais com o ator de 81 anos. Ao começo de cada episódio, a produção alerta que semelhanças com pessoas reais é coincidência. Ainda assim, o personagem vivido por Juan Lecanda é retratado de maneira caricata e abrasiva, sempre colocado em situações que demonstram arrogância e falta de educação. Já no primeiro episódio, ele assedia a mãe de um fã e é rude com outra. A adaptação da autobiografia Sem Querer Querendo, lançada por Bolaños em 2005, é roteirizada por dois de seus filhos: Roberto e Paulina Gómez Fernández. Depois de décadas, algumas desavenças se tornam herança.

Continua após a publicidade

Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:

  • Tela Plana para novidades da TV e do streaming
  • O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
  • Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
  • Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Ofertas exclusivas para assinatura Anual.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.