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‘Conclave’: 3 coincidências surpreendentes do filme com a vida real

Processo para eleger o novo papa começa no dia 7 de maio — e as semelhanças com o vencedor do Oscar seguem se multiplicando

Por Amanda Capuano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 abr 2025, 13h15 - Publicado em 28 abr 2025, 12h43

O Vaticano divulgou nesta segunda-feira, 28, que o conclave que vai eleger o sucessor de Francisco no papado deve começar no dia 7 de maio. Saber exatamente o que vai se passar dentro das paredes da Capela Sistina é praticamente impossível, já que os cardeais ficam isolados do mundo e seguem protocolos rígidos de sigilo. Contudo, uma série de coincidências entre o processo de escolha do próximo papa e o filme Conclave, que explodiu em audiência após a morte do papa, tem chamado a atenção. Nas redes sociais, usuários, inclusive, chegaram a brincar que o longa de Edward Berger é o primeiro documentário feito antes do desenrolar dos fatos. Confira, a seguir, três coincidências entre o filme e o livro de 2016, no qual ele se baseia, e a vida real:

Cardeal banido pelo papa

Forçado a se afastar de suas funções pelo papa em 2020, depois de se envolver em escândalos de corrupção, o cardeal Angelo Becciu está determinado a participar do próximo conclave, o que despertou comparações com o cardeal Tremblay (John Lithgow) — que, no filme, tem seu posto revogado secretamente pouco antes da morte do pontífice por conta de desvios de dinheiro e propina, mas segue no pleito mesmo assim.

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John Lithgow como o Cardeal Tremblay no filme ‘Conclave’ (Philippe Antonello/Focus Feature/Divulgação)

Ao contrário de Tremblay, cujo banimento ainda não havia sido oficializado, Becciu, de 76 anos, não aparece na lista oficial dos cardeais com menos de 80 anos aptos a votar, já que a Igreja destitui-lhe de seus direitos depois que veio à tona manobras financeiras que causaram um rombo de 139 milhões de euros nas finanças da Santa Sé — ele foi condenado em 2023 pelos crimes de peculato e abuso de poder. Mesmo assim, Becciu alega inocência e argumenta que Francisco não teria demonstrado “vontade explícita” de excluí-lo da eleição papal.

Outra coincidência entre o cardeal fictício e Becciu é que, segundo o jornal local Domani, Francisco teria deixado duas cartas escritas expressando a determinação de excluir o cardeal italiano de um eventual conclave. Ele ainda teria vocalizado sua vontade ao cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Igreja Católica — ou seja, o responsável pelo Vaticano até a eleição de um novo papa e pelo conclave em si. No filme, por sua vez, o papa morto revela a “demissão” de Trembley a um dos cardeais e deixa uma série de documentos escondido em seu quarto que atestam os escândalos de corrupção do clérigo.

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Se Becciu vai ou não participar do conclave, como Tremblay, ainda é um mistério. Em uma declaração nesta segunda-feira, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, afirmou que houve uma discussão entre os cardeais para decidir sobre a validade da participação do cardeal italiano. Segundo ele, “uma decisão ainda não foi tomada”, mas o caso deve voltar a ser debatido nos próximos dias.

Conclave global, possível papa negro ou filipino

Líder da Igreja por 12 anos, Francisco remodelou drasticamente o corpo eleitoral do Vaticano, tendo nomeado 108 dos 136 homens atualmente elegíveis para a votação. Primeiro papa nascido fora da Europa, o argentino nomeou cardeais de diversos lugares do mundo, aumentando a diversidade geográfica do grupo. Por isso mesmo, o próximo conclave será mais global do que nunca, e alguns estudiosos do Vaticano apontam a chance de que, assim como acontece no filme, o novo papa venha de lugares até então escanteados pelo Vaticano, como da Ásia ou da África, de onde vem alguns nomes que despontam como favoritos ao papado.

Entre os cardeais africanos em discussão estão Peter Turkson, de Gana, ex-chefe do Pontifício Conselho Justiça e Paz; Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo, arcebispo de Kinshasa; e Robert Sarah, Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, no Vaticano. Assim como o cardeal Adeyemi (Lucian Msamati), que no filme desponta como um dos favoritos ao papado antes de se envolver em polêmicas ligadas à castidade, os três cardeais são vistos como conservadores convictos e tradicionalistas.

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Cardeal Benitez (Carlos Diehz): no filme o personagem é mexicano, no livro ele é filipino -
Cardeal Benitez (Carlos Diehz): no filme o personagem é mexicano, no livro ele é filipino – (//Divulgação)

Além disso, entre os nomes apontados como possíveis papas está o do filipino Luís Antonio Tagle, que é constantemente comparado a Benitez (Carlos Diehz) — o cardeal de Kabul que sacode o conclave fictício do longa com seu discurso progressista e a favor do acolhimento. No filme, o cardeal em questão é mexicano mas, coincidentemente, no livro homônimo que inspirou a trama, lançado em 2016 por Robert Harris, o personagem é filipino.

Divisão da igreja

Dada a natureza secreta da política papal, é difícil saber os contornos exatos dos grupos que se formarão com a morte de Francisco, mas é provável que haja divisões semelhantes às que são retratadas no filme: as discussões atuais sobre os principais candidatos papais incluem cardeais progressistas, que dariam continuidade ao legado de Francisco, figuras moderadas que poderiam apaziguar a turbulência resultante das reformas progressistas recentes e conservadores alinhados a tradições antigas, incluindo a missa em latim.

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