O que há de errado com a educação em Sobral?
É fácil denegrir qualquer coisa no Brasil – especialmente os projetos e pessoas que dão certo. É o que acontece, não à toa a dias das eleições, com Sobral.
A resposta simples é: nada, absolutamente nada. Antes pelo contrário.
Mas o clima eleitoral acendeu a ira de desafetos. Primeiro foi um vídeo que circula pelas redes sociais, onde proliferam as “fake news”. Depois a acusação de um jornalista cearense que diz ter recebido ameaça de morte por veicular notícias desfavoráveis ao projeto educacional do município. Não há registro de queixa na delegacia. E no dia 1º de outubro, uma matéria inoportuna na Folha de São Paulo – a considerar o momento de sua publicação, a menos de uma semana das eleições presidenciais, sem que fosse feita uma investigação jornalística mais cuidadosa – deu voz e supostamente razão aos detratores. A acusação: escolas e alunos estariam sendo forçados a forjar resultados para que o município ficasse bem na foto.
Vamos aos fatos: Sobral é a única rede de ensino do país cujo prefeito pode dizer aos pais: matricule seu filho em qualquer escola que ele receberá um ensino padrão, de alta qualidade. E isso não é de hoje, é trabalho construído nos últimos vinte anos. Virou vitrine. Imagine se um diretor ou governante cometeria algum desatino da natureza do que foi denunciado.
Acompanho Sobral há mais de vinte anos, num trabalho iniciado sob os auspícios do Instituto Ayrton Senna. Posteriormente, com a criação do Instituto Alfa e Beto, colaborei na implantação do programa de alfabetização – que lá está até hoje e com a metodologia de ensino estruturado, inicialmente nas séries iniciais e, a partir de 2011, nas séries finais. Há 5 anos o Instituto Alfa e Beto criou o Prêmio Prefeito Nota 10 – infelizmente descontinuamos o prêmio, pois Sobral seria o ganhador pelas próximas rodadas por não haver competidor à vista. Sobral continua sendo o único município brasileiro com 100% de municipalização e um nível uniformemente elevado de desempenho de todas as suas escolas, urbanas e rurais.
É fácil denegrir qualquer coisa no Brasil – especialmente os projetos e pessoas que dão certo. A inveja é a mais comum das motivações. Mas no caso presente o motivo parece ser mais sórdido: a tentativa de afetar Ciro Gomes.
É lamentável o ocorrido. Mas que seja uma oportunidade para os novos governantes aprenderem com Sobral como é difícil – e possível – fazer a educação dar certo.
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