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Educação em evidência

Por João Batista Oliveira Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.

Pré-escola: uma escola antes da outra?

O termo “pré-escola” me parece infeliz, por evocar a palavra escola e dar a impressão de ser “uma escola antes da outra”.

Por Redação Atualizado em 30 jul 2020, 21h38 - Publicado em 6 out 2016, 08h06

Em pouco mais de quinze anos o Brasil colocou praticamente todas as crianças de 4 e 5 anos na Pré-escola. Um feito notável – mas infelizmente feito da maneira açodada e sem preparo, como sempre acontece com a política educacional no Brasil. Essa rápida expansão da cobertura foi possível, em grande parte, por duas razões pouco óbvias: houve uma forte redução no crescimento da população e uma forte redução da reprovação nas séries iniciais. Na prática, as prefeituras aproveitaram professores e salas de aula para universalizar a pré-escola. Aí estão elas.

E agora, o que fazer com elas? Para que serve a pré-escola? O termo “pré-escola” me parece infeliz, por evocar a palavra escola e dar a impressão de ser “uma escola antes da outra”. Isso é reforçado pelo que vemos nos municípios – salas de aula da educação infantil convertidas em pré-escolas – até as carteiras ficam em fila e são as mesmas dos alunos maiores: um crime contra a infância.

Legalmente a pré-escola é parte da educação infantil, que se refere às crianças de Zero a Seis Anos. A pré-escola se destina a crianças de 4 a 5 anos (Pré I) e de 5 a 6 anos (Pré-II). É importante o prefeito ter clareza sobre isso – as crianças só devem iniciar o 1º ano depois de completarem 6 anos de idade – antes disso elas precisar curtir sua infância.

O que o Prefeito tem a ver com isso? O que ele pode fazer?

É pouco o que o prefeito precisa fazer. Mas esse pouco pode representar muito para as crianças. O prefeito precisa garantir para os pais que o programa da rede municipal para a pré-escola é um programa robusto, competente, que efetivamente prepara as crianças para entrar bem preparadas na escola. Elas vão brincar na pré-escola, e muito, mas vão brincar aprendendo. O prefeito também precisa garantir para as crianças que elas serão tratadas como crianças – que a forma de ensinar e aprender será uma forma adequada à maneira como as crianças aprendem. Ou seja: todos precisam entender que brincadeira de criança é coisa séria. Quando o poder público tira a criança de suas casas e a coloca numa pré-escola, mesmo que seja uma escola para ela brincar, a brincadeira é outra, uma brincadeira intencional, rica em estímulos e oportunidades para a criança se desenvolver.

As crianças brincam para aprender. Portanto, a função da pré-escola é organizar, de maneira extremamente competente e cuidadosa, um currículo rico, rigoroso. E precisa apresentar esse currículo de forma lúdica, do jeito que criança gosta. Esse é um desafio que poucos municípios, no Brasil, têm conseguido enfrentar de forma adequada. Nos dois extremos os riscos são grandes. Se tudo é só brincadeira as crianças chegam à escola despreparadas; se a pré-escola se tornou uma escola antes da outra, as crianças já podem chegar à escola desmotivadas, sem aquele brilho nos olhos de quem estou louquinho para ir para a escola para aprender a ler e escrever.

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