Prova Brasil e os candidatos a governador: o que dizem os dados

Em época de campanha, os candidatos precisam ressaltar os seus feitos e procurar lacunas nas hostes dos adversários.  Será que os recentes resultados da Prova Brasil oferecem munição para os candidatos? Observe o leitor que aqui estamos falando de redes públicas, que incluem as redes municipais e estaduais.

Um post no blog do IDados ajuda a responder essa questão. A resposta para 24 dos 27 estados é negativa – não há mudanças significativas na rede pública da maioria dos estados, levando em conta as mudanças havidas entre 2005 e 2017. Os dez estados com melhores notas continuam praticamente os mesmos. Os 10 com as piores notas também. E os do meio podem ter trocado de posição, mas nada significativo.

Se a regra não ajuda, vale olhar a exceção. Aí temos alguns poucos casos interessantes.

Nas séries iniciais: Ceará e Acre entraram no clube dos 10 melhores nas séries iniciais do ensino fundamental. Ceará e Tocantins entraram no ranking dos 10 melhores das séries finais do ensino fundamental. Goiás entrou no ranking dos 10 melhores do Ensino Médio, e Pernambuco ficou na porta (saiu do 22º para o 11º lugar).

Não vale chutar cachorro morto – o Rio de Janeiro saiu do clube dos 10 estados com melhor desempenho nas séries iniciais e finais do ensino fundamental e continua no clube dos 10 estados com pior desempenho no ensino médio.

Muito se pode refletir a partir desses dados. A reflexão mais oportuna e pertinente é a de que é possível mudar, e quando as estratégias são corretas, os resultados começam a aparecer num prazo de 5 a 8 anos. Eles também sugerem que é possível cuidar do telhado (ensino médio) sem consertar o alicerce (ensino fundamental), mas, se não foram promovidas melhorias na base, um dia a casa cai.