3 adaptações de Jane Austen que dão um baile no novo ‘Persuasão’
Enquanto filme da Netflix deixa a desejar, outros longas inspirados na obra da escritora inglesa merecem aplausos
Quando uma nova adaptação de um clássico que já ganhou um punhado de versões para as telas é anunciada, muitos torcem o nariz: é mesmo necessário outro filme dessa história? No caso de Persuasão, recém-lançado longa da Netflix baseado no romance homônimo da inglesa Jane Austen, a resposta é um sonoro “não, não precisava”. Com Dakota Johnson no papel principal, o filme entrega tramas mal desenvolvidos e anacronismos vazios. Felizmente, as obras de Austen já foram transformadas em ótimos filmes — versões que provavelmente agradariam muito mais a autora. VEJA listou três delas:
Persuasão (1995)
Persuasão foi o último romance completo escrito por Jane Austen em vida, e publicado postumamente, em 1817. A elogiada adaptação da obra produzida em 1995 pela BBC – e dirigida por Roger Michell, de Um Lugar Chamado Notting Hill – faz o filme da Netflix comer poeira. Na história, Anne Elliot (Amanda Root) descobre que seu antigo noivo, Frederick Wentworth (Ciarán Hinds), antes um humilde pescador, se tornou um capitão abastado. A protagonista passa então a questionar sua escolha anterior, tomada por pressão familiar e em nome das convenções sociais. Disponível para aluguel no iTunes e no Google Play.
Razão e Sensibilidade (1996)
Depois da morte do pai, as irmãs Elinor (Emma Thompson) e Marianne (Kate Winslet) enfrentam dificuldades financeiras, em uma sociedade mergulhada na obsessão pelo status – ainda pior para as mulheres. Enquanto Elinor é racional e prática, Marianne é o elo emocional e sensível. O livro de Austen publicado em 1811 foi vertido para os cinemas pela própria Emma Thompson, lhe rendendo um Oscar de melhor roteiro adaptado em 1996, de um total de sete indicações do filme ao prêmio. Encantador e elegante, o longa traz ainda Hugh Grant, Alan Rickman e Hugh Laurie no elenco. Disponível na Netflix.
Emma (2020)
A mais recente versão cinematográfica de Emma, último livro publicado pela inglesa em vida, em 1815, é um deleite para os olhos, mas não só. Os figurinos belíssimos e os cenários luxuosos são pano de fundo para uma divertida e acurada performance de Anya Taylor-Joy. A comédia retrata Emma Woodhouse, uma jovem rica e esnobe que, entediada, explora seu suposto dom como casamenteira, apesar de jurar que ela própria jamais irá se submeter ao matrimônio. Quando a ingênua Harriet chega à cidade e se apaixona por um fazendeiro, Emma interfere na relação, em busca de uma opção alternativa – e mais endinheirada – para a amiga. Disponível no Star+.