A nepo baby de Hollywood que prova ter luz própria em ‘Nosferatu’
Atriz tem atuação elogiada em um dos papéis principais do remake do clássico sobre vampiros que estreia em 3 de janeiro no Brasil

Nascida no interior da França e fruto do casamento do astro Johnny Depp com a atriz e cantora francesa Vanessa Paradis, Lily-Rose Depp preenche com credenciais de sobra o currículo de uma categoria incômoda: os nepo babies, designação conferida aos filhos de famosos que se arriscam em carreiras similares às dos pais no mundo do entretenimento. O rótulo é incômodo por, obviamente, exalar certo gosto de privilégio: sempre fica no ar (ou melhor, nas timelines das redes sociais) a sensação de que o herdeiro em questão está furando a fila dos pobres mortais para chegar ao sucesso. A partir do Natal, quando vai estrear nos Estados Unidos o antecipado longa Nosferatu, do diretor Robert Eggers, essa impressão se dissipará, garante quem já viu o filme — e Lily mandará um beijinho no ombro para os invejosos de plantão.
Até então, é verdade, sua carreira não inspirava muita empolgação. Lindíssima, a atriz de 25 anos emprestou seu rosto à publicidade de grandes marcas, como a grife Chanel. No cinema ou na TV, contudo, sua trajetória já não era uma beleza quando sobreveio uma escorregada e tanto: o papel da intragável protagonista da série The Idol, da HBO. O programa de 2023 sobre uma cantora pop manipulada/manipuladora foi daquelas produções nascidas para dar errado, e terminou ainda mais pavoroso em razão das mil correções de rota exigidas por outra estrela em cena, o cantor canadense The Weeknd. Resultado: Lily saiu da experiência com filme queimadíssimo — e a nepo baby virou prato cheio para as maledicências nas redes sociais.
Mas eis que o visionário Robert Eggers resolveu dar uma chance de ouro à atriz, e ela cumpriu a missão com louvor. Em Nosferatu, que estreia no Brasil em 3 de janeiro, Lily encara o papel clássico de Ellen Hutter, a mocinha com tormentos mentais que se torna objeto de desejo do vampiro vivido por Bill Skarsgard. É uma personagem difícil — até por ter como equivalente a atuação de uma estrela como Isabelle Adjani, na versão de 1979 do cineasta alemão Werner Herzog. Ellen padece o tempo todo, e oscila de um sorriso puro e luminoso até a estampa da mulher possuída que é prisioneira física e mental de Nosferatu. Lily-Rose se entrega sem rédeas ao papel, convence — e sai dele muito maior que uma mera nepo baby de Hollywood.
Confira trailer de Nosferatu:
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