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Acordo que encerrou greve dos atores inicia nova era em Hollywood

Paralisação foi suspensa essa semana, depois que o sindicato e os estúdios concordaram com mudanças substanciais na indústria

Por Amanda Capuano Atualizado em 9 Maio 2024, 20h13 - Publicado em 9 nov 2023, 10h27
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  • A greve de atores mais longa de Hollywood chegou ao fim na noite dessa quarta-feira, 8, após 118 dias de paralisação. Em um comunicado à imprensa, o SAG-AFTRA, sindicato que representa os atores americanos, anunciou que seu comitê de negociações aprovou, por unanimidade, um acordo temporário com os estúdios. O documento será submetido ao comitê nacional do órgão nessa sexta-feira para “revisão e considerações” — ao que tudo indica, apenas uma formalidade.

    A retomada dos atores encerra um ano complicado para Hollywood, e abre as portas para que as engrenagens da indústria voltem a rodar em 2024. Em meio às mudanças causadas pelo streaming e pela inteligência artificial, os roteiristas cruzaram os braços em maio, pedindo por melhores condições de trabalho e remuneração. Em julho, os atores se juntaram a eles, estabelecendo a primeira paralisação conjunta dos sindicatos desde 1960. No final de setembro, um acordo encerrou a greve dos roteiristas, mas o SAG seguiu firme em suas exigências, colocando os grandes estúdios contra a parede.

    Agora, as duas partes chancelaram o fim de uma era em que a tecnologia e os streamings cresciam à margem dos acordos coletivos, inflando a receita da indústria sem grandes repasses à base da pirâmide. Assim como no caso dos roteiristas, o acordo firmado pelo SAG inclui ganhos substanciais à categoria, incluindo um aumento na remuneração para os profissionais de programas e filmes alocados no streaming, através de ganhos residuais, um melhor benefício para cuidados de saúde e garantias de que os estúdios não usarão inteligência artificial para criar réplicas digitais das suas imagens sem pagamento ou aprovação prévia — concessão feita pelos estúdios que foi o grande entrave durante as negociações.

    Da parte do sindicato, o SAG teve que ceder em sua reivindicação de que os atores recebessem uma porcentagem mínima da receita de assinaturas dos serviços de streaming, informou o jornal americano The New York Times. Fran Drescher, a presidente do sindicato, colocou a demanda como prioridade, mas ela foi recusada por gigantes como a Netflix, que descreveu o pedido como um passo maior que a perna para o sindicato. Ao invés disso, a AMPTP, associação que representa os estúdios, ofereceu uma nova modalidade de ganho residual baseado no desempenho de programas que estão alocados nas plataformas digitais. Houve alguns ajustes na proposta, mas os atores acabaram aceitando os termos.

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    Em um comunicado à imprensa, a AMPT disse que o acordo provisório “representa um novo paradigma” para a indústria, dando à SAG-AFTRA “os maiores ganhos contratuais na história do sindicato”. “Chegamos a um acordo que permitirá aos membros do SAG-AFTRA de todas as categorias construir carreiras sustentáveis. Milhares de artistas, agora e no futuro, se beneficiarão deste trabalho”, disse o SAG nas redes sociais. Vale lembrar que o órgão não representa apenas grandes estrelas de Hollywood — atores em início de carreira, figurantes, e uma série de profissionais menores estão debaixo do seu guarda-chuva.

    Com as festas de fim de ano batendo na porta, a expectativa é que algumas das produções paralisadas retomem os trabalhos apenas em janeiro. A volta, no entanto, não impede que o público venha a sentir os efeitos da greve eventualmente: é possível, por exemplo, que séries e filmes sofram atrasos para o próximo ano, desafiando o calendário de estreias. Mas o pior já passou.

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