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Adrien Brody a VEJA: ‘Vivemos tempos difíceis’

Favorito a conquistar seu segundo Oscar, o ator americano fala sobre o desafio de viver um sobrevivente do Holocausto no filme O Brutalista

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2025, 11h20 - Publicado em 21 fev 2025, 06h00

Em 2003, o senhor conquistou o Oscar de ator pelo filme O Pianista — no qual interpretou um judeu perseguido pelo nazismo, assim como em O Brutalista, pelo qual agora também disputa a estatueta. O que o atrai nesse tipo de papel? Minha carreira é vasta, mas concordo que esses dois trabalhos em específico são muito marcantes. Eu me sinto privilegiado por ajudar a contar histórias dessa magnitude e relevância para honrar os que sofreram durante épocas tão duras da nossa história. Tanto potencial humano foi apagado da Terra por causa da intolerância, do racismo, do antissemitismo. Por isso, são temas sobre os quais vale a pena falar no trabalho artístico.

Podemos inferir que temas como esse também o tocam de forma pessoal, já que o senhor é filho de uma imigrante húngara, certo? Sim, a trajetória da minha mãe e do meu avô, que tiveram de deixar a Hungria nos anos 1950, é bem pare­cida com a de László Tóth, meu personagem em O Bru­ta­lis­ta. Minha família teve de lidar com uma carga pesada de traumas ancestrais e recomeços. Por causa deles, desenvolvi um forte senso de empatia e de consciência sobre como é a vida dos imigrantes.

O que trouxe da sua família para esse papel? Eu tentei incorporar características do meu avô. O jeito como ele falava, com uma formalidade antiquada de quem lutava com a língua inglesa. Além de expressões que eu adicionei no roteiro, especialmente palavrões em húngaro que ele me ensinou. Da minha mãe (a fotógrafa Sylvia Plachy) eu trouxe o olhar artístico de quem superou traumas e apliquei no meu personagem, que é arquiteto.

Como foi alinhar essas influências com a visão do diretor Brady Corbet? Ele foi muito gentil, pois entendeu que eu tinha aqui a chance de honrar minha mãe e a luta dos meus parentes. Atestar a resiliência e a força deles, sem olhar apenas para as dificuldades. Eu cresci em uma comunidade de imigrantes em Nova York, com diversas etnias. Pessoas que se mudaram para os Estados Unidos e criaram raízes, reconstruíram seus sonhos e encontraram um lugar para chamar de lar. São pessoas que merecem ser tratadas com igualdade como qualquer cidadão.

Como se sente ao ver a forma como Donald Trump trata os imigrantes nos Estados Unidos atualmente? Quase tudo que vejo nos noticiários hoje em dia me deixa triste. Eu tento ao máximo ser otimista e contribuir para o bem deste mundo. Mas sinto que as circunstâncias são particularmente ruins agora. Vivemos tempos difíceis.

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É verdade que não gosta de assistir a O Pianista? Vi o filme duas vezes, acho, em sessões de estreia. Mas hoje prefiro não ver, principalmente porque abriu meus olhos para entender a profundidade do horror que há no mundo quando eu era muito novo. Foi algo que mudou minha perspectiva de tudo. Me tornei outra pessoa no processo. Rever o filme me leva a um estado emocional que prefiro não experimentar mais.

Publicado em VEJA de 21 de fevereiro de 2025, edição nº 2932

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