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Atrasado, MeToo chega ao Japão — e resulta em filme indicado ao Oscar

Reconhecimento do documentário 'Diários da Caixa Preta' chega junto com novo escândalo de abuso sexual na rede Fuji Television

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 fev 2025, 16h16 - Publicado em 7 fev 2025, 16h07

Desde que viralizou nas redes sociais em 2017, graças ao engajamento de celebridades em Hollywood, o movimento feminista #MeToo provocou controvérsias enquanto abria a Caixa de Pandora de grandes redes de televisão e de estúdios de cinema americanos, de onde saíram escândalos sexuais há anos escondidos. Agora, o efeito tardio dessa onda chegou ao Japão — e resultou em um documentário indicado ao Oscar.

Também em 2017, a jornalista Shiori Ito acusou o repórter e biógrafo do então primeiro-ministro Shinzo Abe de tê-la estuprado. O caso não foi aceito na vara criminal — ela conseguiu apenas ganhar um processo por danos morais. Ito registrou sua trajetória em busca de Justiça no filme Diários da Caixa Preta, que conquistou uma indicação ao Oscar na categoria de melhor documentário. A produção, lançada no ano passado nos Estados Unidos — e exibida no Brasil no festival É Tudo Verdade —, ainda não tem data de estreia no Japão. Segundo pesquisas no país, apenas 5 a 10% das vítimas de assédio fazem denúncias contra os criminosos — de acordo com dados da reportagem da revista americana The Economist, nos Estados Unidos essa porcentagem é de 23%. Em 2019, quatro casos de estupro foram absolvidos por cortes japonesas na sequência, levando a população a reagir contra a impunidade.

Em 2023, a empresa da indústria musical Johnny & Associates admitiu que seu antigo dono abusou de centenas de jovens adolescentes ao longo de anos. Em 2024, o comediante Matsumoto Hitoshi foi jogado no ostracismo ao ser ligado com diversas acusações de assédio nos bastidores da TV. O caso mais emblemático se deu no fim do ano passado, quando um jornal japonês revelou que o ex-astro da música Nakai Masahiro, que se tornou apresentador de TV na Fuji Television, teria abusado sexualmente de uma jornalista da empresa. Ele foi demitido e fechou um acordo extrajudicial de 590.000 dólares de indenização à vítima. O caso, porém, foi o estopim de uma onda de críticas ao modo como a emissora trata suas funcionárias — revelações que levaram setenta patrocinadores a deixarem de anunciar na rede, causando a renúncia de dois executivos. Um artigo da revista japonesa Shukan Bunshun de dezembro revelou que a emissora, sempre em busca de apresentadoras cada vez mais jovens e bonitas, usava as funcionárias como chamariz para entrevistados e trunfo para os executivos da empresa. No caso de Masahiro, ele teria convidado a vítima para um jantar como extensão do trabalho feito na TV.  

Abaixo-assinados e a reação de movimentos feministas levaram a algumas mudanças na legislação japonesa. Em 2023, o parlamento mudou a idade de consentimento sexual de 13 para 16. A definição do que é um estupro também mudou: antes, o sexo não-consensual só era considerado estupro quando havia uma agressão física visível. Tal avanço, porém, ainda tem um caminho logo para mudar a cultura de silenciamento de vítimas no país. 

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