Atriz de ‘O Exorcista’ acumula projetos aos 90: “Não sei de etarismo”
Ellen Burstyn é dona de cinco indicações ao Oscar e não tem planos de parar tão cedo, com projetos alinhados para o futuro
A vencedora do Oscar Ellen Burstyn é uma das atrizes mais prolíficas da geração da Nova Hollywood, tendo estrelado clássicos como O Exorcista (1974) e Alice Não Mora Mais Aqui (1975). De carreira longeva, ela tem papéis memoráveis em cada uma das últimas cinco décadas, mas, aos 90 anos, diz estar mais ocupada do que nunca — por um motivo “bizarro”: “É possível que todas as mulheres que podiam interpretar esses papéis já morreram, então sou a única que restou capaz de dar vida às bisavós”, disse ela à revista Interview.
Só nos últimos 3 anos, Burstyn estrelou oito projetos, indo de filmes cotados para o Oscar como Pedaços de Uma Mulher (2020) até seu papel fixo no seriado Law & Order: Organized Crime. Em outubro, ela retorna ao papel que lhe alçou ao estrelato com O Exorcista: O Devoto, sexto filme da franquia com estreia marcada no Brasil para o dia 12. Nele, ela novamente encarna Chris MacNeil, mãe da infame jovem possuída no longa original. Para Burstyn, a terceira idade está longe da morbidez: “Não sei nada de etarismo em Hollywood. Como fiquei de fora disso?”.
A atriz completa 91 anos em dezembro e já está atrelada a projetos futuros — mesmo assim, ela ainda considera os anos 1970 a melhor década de sua carreira: “Naquela época, os estúdios ainda eram liderados por cineastas, não corporações. Os roteiros eram produzidos por que alguém se interessou por uma história e um produtor acreditou que aquilo seria um bom filme, não por conta de computadores e cálculos de lucro”.
Na mesma entrevista, Burstyn afirmou que revisitar a protagonista de O Exorcista depois de 50 anos foi emocionante: “As coisas que acontecem em O Devoto que se conectam ao original me capturaram. Tenho muito respeito por David Gordon Green, que o escreveu e dirigiu. Ele é um grande pensador, o que é refletido no roteiro. Estou ansiosa para ver a reação do público. O filme é muito diferente do primeiro, mas mantém certos elementos”, concluiu.