Nesta terça-feira,19, o Twitter, ou melhor, X, foi tomado por um movimento de bolsonaristas promovendo um boicote ao filme Guerra Civil, por causa da presença do ator Wagner Moura no elenco. Entre os adeptos, nota-se uma cacofonia vexatória: há quem diga que nunca viu filme brasileiro e nem verá – o longa com Moura, porém, é uma superprodução hollywoodiana do aclamado diretor Alex Garland (o mesmo de Ex-Machina), com o selo da produtora A24, vencedora do Oscar deste ano com Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. Também se manifestaram antigos fãs do ator, que amavam o Capitão Nascimento até descobrir que um “esquerdopata”, diz um usuário da rede, interpretava o personagem de Tropa de Elite.
Um boicote parecido foi proposto por essa ala radical no lançamento de Ó Pai, Ó 2, com Lázaro Ramos, lançado em novembro. O longa, porém, fez 2,8 milhões em bilheteria desde a estreia. Mesma ação foi tomada quando Lázaro lançou seu primeiro filme como diretor, o intrigante Medida Provisória, em 2022 – distopia na qual os negros são expulsos do Brasil rumo ao continente africano. O resultado? A produção foi a maior bilheteria nacional do ano passado.
Em Guerra Civil, Wagner Moura divide a tela com Kirsten Dunst, Cailee Spaeny, Jesse Plemmons e Nick Offerman, time de peso que vai narrar também uma distopia, na qual os Estados Unidos, tomados pela polarização política, entram em uma nova guerra civil.