Claire mudou muito entre os dois primeiros filmes de Jurassic World. Qual o impacto dessa transição no novo longa? Ela trabalhou como uma executiva do parque, até perceber que estava do lado errado da história. Depois, tornou-se ativista pela proteção dos dinossauros, reflexo do seu arrependimento com o passado. Agora, os dinossauros estão por toda parte e ela tem uma filha para cuidar, então tem de lidar com a dificuldade de proteger a todos eles.
O modo como o homem lida com a ciência é o grande tema da saga. Como vê essa discussão? O livro do Michael Crichton, adaptado em Jurassic Park, é no fundo uma alegoria sobre os excessos dos que se acham invencíveis. Estamos tão obcecados pela próxima inovação tecnológica que deixamos de atentar para os rumos do planeta. Não é sobre ser contra o progresso, mas sim sobre evoluirmos como seres humanos. Senão, podemos causar nossa própria extinção.
A ficção científica é parte dominante do seu currículo — de Nosedive, famosa trama de Black Mirror, à direção de episódios das séries de Star Wars. Por que o gênero a atrai? Meu avô era cientista e pai solteiro, então minha mãe foi influenciada por ele e se apaixonou por ficção científica. Meu pai é diretor (o cineasta Ron Howard). Então, é uma união de paixões de família. A ficção científica tem um leque de possibilidades narrativas — e eu ainda testemunho as inovações de efeitos especiais que esses filmes exigem.
Como é, aliás, atuar com dinossauros animatrônicos? É muito melhor e mais verossímil atuar com um animatrônico do que ter de imaginar dinossauros na sua frente. Acho incrível que esses robôs tenham sumido e retornado aos cinemas de forma triunfal. O realismo deles, sério, é impressionante. É como aparece na tela.
Publicado em VEJA de 8 de junho de 2022, edição nº 2792