D23 Brasil: Primeiro evento da Disney ameaça, mas não desbanca rival CCXP
Evento focado exclusivamente nas propriedades do conglomerado Walt Disney abriu as portas nesta sexta-feira, 8 de novembro
Recém-chegado ao Brasil, o evento D23 – Uma Experiência Disney abriu suas portas na manhã desta sexta-feira, 8 de novembro, com a difícil tarefa de corresponder às expectativas de um público ansioso e de um mercado altamente competitivo, que em um mês receberá mais uma edição da consagrada convenção geek CCXP (Comic Con Experience), organizada pela Omelete Company, de 5 a 8 de dezembro. Com a promessa de oferecer uma alternativa à rival focada exclusivamente nas posses do conglomerado de Mickey Mouse, a autoproclamada “experiência” emula sua estrutura com mais de 30 estandes temáticos, painéis sobre futuros projetos e divisões corporativas, lojas de 20 patrocinadores e a vinda de nomes de alto calibre em Hollywood. Confira como a organização vem se saindo:
Acesso
Localizada no Transamérica Expo Center (Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387), em Santo Amaro, bairro na Zona Sul de São Paulo, a D23 não é o espaço de mais fácil acesso — assim como a CCXP. As vagas disponíveis no centro de convenções são limitadas, logo, o mais indicado é utilizar transporte público, táxis ou aplicativos de transporte para chegar ao local. Ponto positivo é o transfer gratuito que está disponível para embarque e desembarque em dois pontos: no Terminal Santo Amaro e no Terminal Pinheiros, das 6h30 às 20h30. Um negativo, por outro lado, é a longa fila que se forma à frente do espaço, cheia de curvas e carente de qualquer cobertura, diferentemente da rival. Se o dia fosse de sol, o público desprotegido sairia queimado. Como foi de chuva, alguns adultos e crianças energéticas passaram pelas portas com fantasias encharcadas, visual nada alinhado à magia vibrante e hiper positiva que o estúdio promete. Para atenuar a situação, funcionários distribuíram capas de chuva gratuitamente.
Espaço
Já dentro do Transamérica Expo Center, o espaço se revela visivelmente menor do que o de outras convenções — apropriado, já que se debruça sobre apenas uma empresa ao invés das múltiplas abraçadas por eventos de maior escopo. Mesmo reduzida, no entanto, a disposição parece grande demais para o pouco que tem a oferecer. Os estandes, em sua maioria dedicados a filmes e séries dos estúdios Disney e Pixar e dos universos Marvel e Star Wars, oferecem principalmente a oportunidade de tirar fotos com recortes bidimensionais ou bonecos tridimensionais. O visitante pode, por exemplo, brincar com um Homer de papelão no espaço de Os Simpsons, abraçar uma estátua da Alegria de Divertida Mente 2 ou posar com outras de Deadpool, Wolverine, Capitão América, o Quarteto Fantástico e personagens de filmes inéditos como a animação Elio. Para a próxima aposta da Marvel, Thunderbolts*, o cenário consiste apenas de um logo tridimensional e uma foto do cartaz ao fundo.
Figuras conhecidas interpretadas por atores são apresentadas em momentos específicos, os “encontros com personagens”, nos quais é possível emular a experiência de um parque de diversão do estúdio ao lado de Woody de Toy Story e Anna de Frozen, por exemplo. Os parques e iniciativas como a Disney Carreers, aliás, são vendidos para o público em diferentes áreas, uma das quais mostra um teaser do espetáculo de fogos ocorrido em Orlando.
Além das fotos, os estandes oferecem ativações com cara de gincana. No estande de Carros, da Pixar, o convite é brincar de trocar de pneu; para Divertida Mente 2, um quiz; para Moana 2, uma partida de batata quente em uma jangada; para o streaming Disney+, um jogo de memória com os cartazes do serviço e, para O Urso, um quebra-cabeça de pratos, entre outros. Charmosas nos melhores casos, as atrações raramente refletem o custo de produção do evento, as longas filas que formam e o capital farto da empresa, que em 2024 quebrou o recorde histórico de bilheteria no Brasil com a animação sobre emoções. Mais robustos são os espaços de Star Wars, Marvel e da série Percy Jackson, que contam com labirintos e jogos fechados e imersivos.
A área de circulação, porém, jamais deixa de lado a aparência de showroom corporativo. A cada ano, espaços como a CCXP se tornam mais tomados por conglomerados do entretenimento, mas ainda promovem interesses de nicho e artistas pequenos, espalhados pelo Artists’ Alley, que precisam do espaço para se comunicar. Um evento como a D23, porém, cansa pelo intenso apelo consumista a um público já convencido e atendido, como fica evidente pela fila de acesso à loja oficial — a maior do evento — e pelas 20 marcas que oferecem produtos licenciados em diferentes pontos do espaço, como trajes, malas, produtos capilares, cosméticos e calçados. A overdose é ótima para os verdadeiros aficionados por tudo que é apresentado junto ao castelo de Cinderela, mas pode sobrecarregar apreciadores de menor afinco. Para esses, o palco Disney Moments oferece shows esporádicos desconectados à proposta central, como Pedro Sampaio e Di Ferrero, ambos no dia de abertura.
Preço
Para comparecer, é preciso adquirir uma das modalidades de ingresso disponíveis: há o passe diário — 349,90 reais para a sexta-feira, 8, e 399,90 para o sábado, 9, ou domingo, 10 — e também o “magic pass”, que dá acesso aos três dias de evento por 999,90 reais. Ambas as opções oferecem meia-entrada para aqueles que detêm o direito, com valores de R$ 174,95, R$ 199,95 e R$ 499,95, e descontos especiais para clientes Bradesco com cartão de bandeira Visa. Os ingressos estão disponíveis no site Eventim e não garantem que o cliente consiga entrar em todos os painéis desejados. O valor é similar ao da rival, que oferece ingressos a partir de 200 reais a meia em seu terceiro lote para 2024. O mais caro, Unlock Business, chega a 3.300 reais.
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