No dia 4 de novembro de 1995, Yitzhak Rabin, ex-primeiro-ministro de Israel, falou com uma multidão de 100.000 pessoas no centro de Tel Aviv. Pacifista, Rabin ganhara no ano anterior o Nobel da Paz ao lado do líder palestino Yasser Arafat, com quem assinou o Acordo de Oslo – maior ação política, até hoje, a vislumbrar tempos de calmaria na difícil relação entre israelenses e árabes no Oriente Médio. Logo o choque quando Rabin, ao deixar o palanque, foi baleado com três tiros nas costas por um compatriota, um jovem judeu extremista contrário a aproximação dos dois povos.
Admirador de Rabin, com quem viajou junto e fez gravações para um documentário, o cineasta israelense Amos Gitaï retratou o dia do assassinato no filme O Último Dia de Yitzhak Rabin, que entrou em cartaz em cinemas selecionados no Brasil nesta quinta-feira, 2. Mesclando cenas documentais e fictícias, Gitaï observa o acontecimento como um testamento assustador da difícil relação entre árabes e israelenses no Oriente Médio – um prenúncio da terrível guerra que se desenrola nas últimas semanas.
“As perspectivas de paz desapareceram com o acontecimento nos anos 1990, mas os homens que tornaram possível a morte do primeiro-ministro ainda estão por aí. Na verdade, alguns deles estão agora no poder”, disse Amos Gitaï, um crítico do atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Mesmo assim, o cineasta afirma manter as esperanças de que, um dia, verá a paz em seu país e entre os vizinhos. “Não posso me dar ao luxo de não ter esperança.”
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