James Cameron, diretor do clássico Titanic, comentou pela primeira vez sobre a tragédia do submersível com cinco pessoas que embarcou em uma viagem de alta profundidade para ver os destroços do navio real que naufragou em 1912. “Estou impressionado com a semelhança com o próprio desastre do Titanic, em que o capitão foi repetidamente avisado sobre o gelo à frente de seu navio e ainda assim navegou a toda velocidade em direção a um campo de gelo em uma noite escura, e muitos morreram como resultado”, disse Cameron à emissora americana ABC News nesta quinta-feira, 22. “É uma tragédia muito semelhante exatamente no mesmo local. É espantoso e realmente surreal.”
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Em 1995, quando se preparava para realizar o filme, o cineasta utilizou tecnologia russa de ponta e engenhocas inéditas para captar imagens dos destroços do Titanic, ao longo de doze mergulhos que, juntos, totalizaram algo entre 10 e 15 horas, segundo ele, submerso. Na entrevista à ABC News, Cameron apontou que, enquanto projetista de submersíveis, ele entende os desafios de fazer uma máquina dessas funcionar e defendeu a prática desses mergulhos — mas destacou que a segurança é primordial. “É absolutamente crítico que as pessoas entendam que o mergulho submerso profundo é uma arte madura”, disse Cameron. “Muitas pessoas da comunidade ficaram preocupadas com esse submarino e até escreveram cartas para a empresa dizendo que o que estavam fazendo era muito experimental e que precisava ser certificado.” O cineasta também contou que era amigo de Paul-Henry Nargeolet, um piloto francês que estava entre os passageiros. “É uma comunidade muito pequena. Eu o conheço há 25 anos. Que ele tenha morrido dessa forma trágica é quase impossível de processar”, completou Cameron.
O submersível Titan, da OceanGate Expeditions, estava desaparecido em alto-mar no Atlântico Norte desde domingo, 18. Nesta quinta-feira, a Guarda Costeira americana comunicou que foram encontrados destroços que indicam a provável morte dos passageiros.