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Morre o cineasta David Lynch, de ‘Twin Peaks’ e ‘Veludo Azul’, aos 78 anos

Diretor americano teceu uma obra profunda, com filmes e séries intrigantes, que flertavam com pesadelos e os cantos inexplorados da mente humana

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jan 2025, 17h56 - Publicado em 16 jan 2025, 15h43

Morreu o cineasta americano David Lynch, aos 78 anos, segundo informou sua família nas redes sociais. “Há um grande vazio no mundo agora que ele não está mais conosco”, escreveu a família de Lynch, no Facebook. “Mas, como ele diria, ‘fiquem de olho na rosquinha, e não no buraco’. É um dia lindo com raios de sol dourados e céus todos azuis.” Visionário diretor da série Twin Peaks e de clássicos do cinema como Veludo Azul e Cidade dos Sonhos, Lynch sofria de um caso grave de enfisema pulmonar e já havia anunciado sua aposentadoria.

Quatro vezes indicado ao Oscar, o cineasta teceu uma obra considerada impenetrável, com toques de suspense, fantasia e surrealismo, indo do terror ao universo profundo da psicologia. Ele assinou títulos aclamados como Coração Selvagem, O Homem Elefante e os longas citados acima, assim como também teve lá seus fracassos, caso da adaptação de Duna, de 1984. Na televisão, Lynch dirigiu o clássico Twin Peaks, nos anos 1990. A série acompanhava a investigação do FBI sobre o assassinato de uma adolescente, Laura Palmer, vivida por Sheryl Lee, em uma cidade pequena. Exibida na rede Globo em 1991, a trama se tornou febre entre os brasileiros, que assistiam com a fidelidade de uma novela aos episódios que saiam logo após o Fantástico. Assim como “quem matou Odete Roitman?”, disseminou-se a pergunta “quem matou Laura Palmer?”.

TwinPeaks
Cena da série ‘Twin Peaks’ (//Divulgação)

Nascido David Keith Lynch em Missoula, no estado americano de Montana, o diretor era filho de um cientista e de uma professora de inglês. Como seu pai trabalhava para o departamento de agricultura do governo dos Estados Unidos, a família se mudou muito — o que criou do futuro cineasta o gosto por viajar. Antes de estudar na Academia de Bela Artes da Pensilvânia, viajou pela Europa, onde aprendeu mais sobre história da arte. De volta aos Estados Unidos, começou a fazer curtas-metragens. Nos anos 1970, se mudou com a esposa para Los Angeles, cidade que seria amplamente retratada em sua obra.

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Isabella Rossellini no filme ‘Veludo Azul’ (//Divulgação)
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David Lynch despontou como cineasta independente ao lançar o longa-metragem Eraserhead, em 1977, sobre um pai e seu filho deformado, no qual inaugurou o estilo onírico, alinear e impenetrável que se tornou sua assinatura, apelidada de “lynchiano”. Como se fosse um pesadelo, o filme segue uma pequena família incomum de um homem que tem um filho com uma deformação. Em 1980, ele lançou O Homem Elefante, que o alçou à fama mundial e narrava a história de um indivíduo que sofria de uma condição chamada neurofibromatose. As décadas de 1980 e 1990 foram as mais prolíficas para ele, que conquistou premiações internacionais e se tornou um queridinho em Hollywood — apesar da obra sombria, David Lynch carregava a fama de ser um homem afável e amigável. 

Seu último trabalho de fôlego foi Twin Peaks: O Retorno, de 2017. Ao longo das duas últimas décadas, ele se dedicou principalmente a vídeos curtos e pontas como ator em produções de amigos, como Os Fabelmans, de Steven Spielberg. Ao declarar seu afastamento dos grandes sets de filmagem, Lynch explicou que o enfisema, em decorrência dos muitos anos em que fumou cigarros, o impedia de se locomover como antigamente, já que ele dependia o tempo todo de um tanque de oxigênio por perto. Quando questionado se sentia arrependimento em relação ao vício, Lynch disse que não. “Era importante para mim. Eu queria o que todo viciado quer: que o que a gente ama nos faça bem. Mas paguei um preço alto”, disse.

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