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Nosso Lar 2 chega às telas com missão de renovar força da ficção espírita

Catorze anos após o original, filme tem a tarefa de provar que o gênero mantém seu apelo num país mais evangélico

Por Amanda Capuano Atualizado em 4 jun 2024, 09h23 - Publicado em 26 jan 2024, 06h00

O mensageiro Aniceto (Edson Celulari) é um espírito de luz. Habitante da cidade espiritual de Nosso Lar, ele é enviado à Terra junto ao médico André Luiz (Renato Prieto) e demais companheiros em uma tarefa importante: salvar projetos de vida de espíritos que reencarnaram com missões honrosas, mas que estão prestes a fracassar. Baseado no best-seller Os Mensageiros, livro psicografado por Chico Xavier (1910-2002) — o verdadeiro “autor” seria o espírito que ditou a obra para o médium, André Luiz —, Nosso Lar 2 — Os Mensageiros entra em cartaz no país quase catorze anos após seu predecessor arrastar mais de 4 milhões de pessoas aos cinemas.

A nova trama é independente da primeira, mas bebe de suas expectativas: sucesso de bilheteria, Nosso Lar arrecadou 31 milhões de reais no período de exibição, tornando-se um fenômeno nacional. Na época, o filme nadou de braçada em meio a um aumento expressivo do espiritismo no Brasil: de 2000 a 2010, o número de adeptos da doutrina kardecista cresceu 65% no país, segundo o censo do IBGE. A tendência religiosa se refletiu também nas telas. Alguns sucessos do ramo foram lançados em sequência. Primeiro veio uma cinebiografia de Bezerra de Menezes, seguida por outra de Chico Xavier e, por fim, o arrasa-­quarteirão Nosso Lar.

Box Nosso Lar 2: Os Mensageiros (Nosso Lar + Os Mensageiros + Poster do Filme)

Os dados mais recentes do Censo sobre o perfil religioso do Brasil serão divulgados apenas no meio do ano, mas a tendência é que eles apontem um aumento no número de evangélicos — que também marcaram presença nos cinemas nos últimos anos com filmes como Nada a Perder (2018) , cinebiografia do bispo (e dono da Record) Edir Macedo, e Os Dez Mandamentos — O Filme (2016). Mesmo sendo uma incógnita se o espiritismo vai manter seu crescimento como crença, fato é que a dramaturgia ligada ao tema ganhou novo impulso com o streaming e se diversificou um bocado desde o primeiro Nosso Lar. Documentários com o tema como pano de fundo pipocaram recentemente: Chico Xavier, a Série, do Star+, explorou a vida do maior médium brasileiro, enquanto Em Nome de Deus, do Globoplay, e João de Deus: Cura e Crime, da Netflix, denunciaram os crimes do suposto médium curandeiro condenado pelo abuso de mulheres em busca da cura espiritual.

A visibilidade também foi retomada nos cinemas: longas como Kardec (2019), Nada É por Acaso e Predestinado — Arigó e o Espírito de Dr. Fritz, ambos de 2022, fizeram barulho nas telas. “Cinema espírita”, porém, é um termo que faz o diretor Wagner de Assis torcer o nariz. “Não é um gênero, é uma temática que alimenta bons dramas”, diz ele, citando os filmes Ghost e O Sexto Sentido e mais a novela A Viagem como histórias que abordam a espiritualidade de modos distintos.

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No caso de Nosso Lar 2, a trama com pouca sutileza e efeitos especiais caricatos aproxima o longa mais da novela global que dos sucessos hollywoodianos. Ainda assim, a mensagem tem apelo universal: “É um filme que vai além da doutrina”, defende Edson Celulari (leia entrevista abaixo). O ator conhecido por novelas globais crê que o longa está um passo à frente do anterior sob esse aspecto.

Allan Kardec: Box Especial Obras Básicas

Celulari e outros integrantes da equipe juram que houve eventos inexplicáveis nos bastidores. “Teve um dia que uma das figurantes estava incorporada. Fui até ela e pedi à entidade: ‘Se você veio para atrapalhar, não pode ficar. Se veio ajudar, pode ficar um pouquinho, mas também precisa ir embora’. Virei de costas e desapareceu”, relata o diretor Assis, esclarecendo que “situações” assim acontecem ao se tratar de temas espirituais no set. Se depender dele, o universo de Nosso Lar continuará em expansão: “Teremos uma franquia, com histórias que são potentes individualmente”. Ao que parece, o fenômeno do outro mundo veio mesmo para ficar.

Publicado em VEJA de 26 de janeiro de 2024, edição nº 2877

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