Twister, de 1996, foi um grande sucesso. Guarda alguma recordação especial do filme? Eu cresci no Texas, então tornados são fantasmas comuns no nosso quintal. Lembro de ficar admirado com aqueles cientistas tão descolados. Dava vontade de estar no carro com eles, em direção ao perigo, mas com uma missão nobre, não só pela adrenalina. Nosso filme capta bem essa sensação.
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Há alguma diferença de peso entre os dois longas? Os efeitos visuais estão mais elaborados. E, quase trinta anos depois, os tornados estão mais fortes e mais imprevisíveis por causa das mudanças climáticas.
O medo do imprevisível seria o apelo que faz dos filmes-catástrofe um filão tão popular? Sem dúvida. Nós somos tocados pelo embate dos humanos contra o mundo natural. Estamos todos sujeitos à natureza e a seus mistérios — e os tornados são fascinantes.
Qual tipo de preparação o filme demandou? A parte física foi intensa. Eu comecei minha carreira como dublê e fiz aqui algumas cenas extremamente difíceis, inéditas na minha trajetória. Mas a equipe de apoio de dublês era primorosa. A missão deles era nos manter vivos — e conseguiram! Também tivemos cientistas que serviram como consultores no set.
O que aprendeu com eles? Me marcou o modo como eles falavam. Mais do que os termos técnicos, me esforcei para passar a mesma paixão daqueles cientistas ao nos explicar com facilidade conceitos tão difíceis.
Publicado em VEJA de 12 de julho de 2024, edição nº 2901